São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Geração rebelde

Visual arrojado dos jogadores de Mano escancara diferenças com os atletas "comportados" de Dunga

DO ENVIADO A NOVA JERSEY

Se vai ser melhor dentro de campo, é preciso esperar.
Mas a seleção de Mano Menezes já estabeleceu uma diferença enorme em relação àquela montada por Dunga.
Saem a "caretice" e o fervor religioso do time que fracassou na Copa da África para entrar um grupo cheio de "estilo", com histórico recente de baladas e que não põe Deus em qualquer assunto.
No último Mundial, o técnico Dunga não chamou Adriano por seus excessos fora de campo, afastou na última hora o lateral André Santos pela fama de baladeiro e não deu chances ao também lateral Marcelo por considerá-lo muito deslumbrado.
Preferiu um grupo em que quase metade era evangélica, sendo que alguns fervorosos, como Luisão, Lúcio, Felipe Melo e Kaká.
Tudo bem diferente do que fez Mano Menezes na sua primeira convocação. O treinador gaúcho apostou no trio Ganso, Neymar e André, que chegou a ser afastado de um jogo do Santos por atraso numa reapresentação. André Santos foi trazido de volta.
Com o novo grupo, o torcedor brasileiro verá na seleção menos camisetas com mensagens religiosas e discursos mostrando a fé de cada um.
O número de evangélicos agora é muito menor, e os que que têm essa opção, como Neymar, estão longe do estilo bom-moço de Kaká.
A própria CBF agiu para diminuir a influência evangélica na seleção brasileira. Funcionários ligados ao ex-auxiliar Jorginho, um dos líderes religiosos da era Dunga, foram demitidos, incluindo alguns com funções que não são de campo, como um câmera e até seguranças.
A "rebeldia" da nova equipe nacional aparece também no visual. Na Copa da África do Sul, o cabelo dos brasileiros ficava ou na cabeça raspada ou em cortes curtos.
Agora, existe o cabelo armado de David Luiz, o "black power" de Marcelo, os moicanos de Neymar e André, os longos cachos de Pato.
"Eu estava cansado de cabelo curto. Deixei crescer e acabou ficando assim [parecido com o do pivô Anderson Varejão, cuja cabeleira virou célebre na NBA]. Meus pais eram contra, mas agora gostam do estilo", disse David Luiz, o zagueiro do Benfica.
Os novos integrantes do time nacional também desembarcaram nos EUA com roupas mais casuais do que seus antecessores, e alguns chegaram ao hotel até no melhor estilo celebridade, conduzidos pelas enormes limusines típicas dos americanos.
Entre os quatro convocados por Mano que também estiveram na Copa-2010 com Dunga, existe respeito e palavras elegantes em relação ao trabalho do ex-treinador.
"O saldo de Dunga é positivo. O trabalho foi muito benfeito. Agora é dar sequência", declarou o lateral direito Daniel Alves. (PAULO COBOS)

NA TV
EUA x Brasil
21h Sportv


Texto Anterior: Equipe titular é jovem, mas terá 27,5 anos na média em 2014
Próximo Texto: Veterano, Robinho auxilia na adaptação de novos convocados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.