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FUTEBOL
Baseados em relatório, procuradores já investigam entidades estaduais
Ministério Público inicia ação contra oito federações
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC
Ministérios Públicos Federais
de oito Estados já iniciaram devassa sobre as federações e seus
presidentes e diretores.
A ação dos procuradores é baseada no relatório do deputado
federal Sílvio Torres (PSDB-SP).
O texto não chegou a ser aprovado pelos membros da extinta CPI
da CBF/Nike, que funcionou na
Câmara entre outubro de 2000 e
junho passado.
A atitude dos procuradores
completa a abertura da mais
abrangente investigação já feita
pelo Ministério Público na história do futebol brasileiro.
Conforme a Folha publicou ontem, o Ministério Público Federal
do Rio decidiu devassar a Confederação Brasileira de Futebol, seu
presidente, Ricardo Teixeira, e os
diretores da entidade.
Os procuradores fluminenses
solicitaram a abertura de inquérito pela Polícia Federal -33 pessoas serão ouvidas-, pediram
autorização da Justiça para quebrar os sigilos bancário e fiscal de
31 pessoas e empresas envolvidas
em negócios da CBF e requereram informações à Receita Federal, ao Banco Central e ao INSS.
A partir do relatório de Torres,
procuradores de São Paulo, Rio
Grande do Sul, Paraná, Espírito
Santo, Rio Grande do Norte, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Mato
Grosso resolveram agir.
O MP de São Paulo fez duas representações para iniciar as apurações de irregularidades na gestão de Eduardo José Farah, que
comanda o futebol no Estado há
13 anos: uma na Secretaria dos
Ofícios da Tutela Coletiva e outra
no Núcleo Criminal.
Os procuradores paulistas querem esclarecimentos sobre a compra de Piekarski pela FPF, revelada pela Folha, sobre a ligação de
Farah com o empresário uruguaio Juan Figger e sobre o Disque-Marcelinho.
No Paraná, o MP oficiou a prefeitura de Curitiba solicitando informações sobre a intervenção na
federação estadual em 1998, pediu
ajuda à Receita e ao INSS e deu
início a um levantamento sobre
ações penais sofridas pelo presidente Onaireves Moura.
Segundo a CPI da CBF/Nike,
Onaireves foi acusado de estelionato, por seu envolvimento com a
exploração de bingos. A federação também não pagou Imposto
de Renda nos anos de 1996 e 1997.
O MP do Rio Grande do Sul, por
seu lado, designou um procurador com atuação na área criminal
para investigar a gestão Emídio
Perondi, que, de acordo com o
texto de Torres, tem relações controvertidas com a política local e
foi uma tragédia do ponto de vista
financeiro. Os gaúchos também
solicitaram a ajuda da Receita.
No Rio Grande do Norte e no
Mato Grosso, foi solicitada abertura de inquéritos pela PF. Em
Alagoas, a Receita foi acionada. O
MP sul-matogrossense informou
que está processando Francisco
Cezário de Oliveira, prefeito de
Rio Negro e presidente da federação, por apropriação indébita.
Em resposta a ofício do deputado peessedebista, encaminhado
no mês passado a todos os Estados, os procuradores do Espírito
Santo informaram que já iniciaram investigações e requereram a
Aldo Rebelo (PC do B-SP), que
presidiu a CPI, documentos sobre
a federação capixaba.
Por último, os paraibanos responderam que o relatório de Torres ainda estava sendo analisado e
que nenhuma investigação estava
em curso.
Até agora, os MPs dos outros
Estados não deram resposta ao
ex-relator da CPI.
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