São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2001

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Corinthians replica Marcelinho

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians reinicia hoje a batalha jurídica que trava com o meia-atacante Marcelinho.
Hoje, o clube deve entrar no TST (Tribunal Superior do Trabalho) com pedido de agravo regimental (revisão) à decisão do corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, que cassou a liminar que impedia Marcelinho de atuar pelo Santos.
O Corinthians havia obtido liminar na quarta-feira passada da juíza Maria Aparecida Pellegrina, da 2ª Região do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), de São Paulo, impedindo que o atleta jogasse pelo Santos.
A tendência, no entanto, segundo advogados ouvidos pela Folha, é que o TST mantenha a decisão favorável a Marcelinho.
Como ele já atuou pelo Santos, se o Corinthians obtiver sucesso com a medida no TST hoje, Marcelinho estaria impedido de atuar no Brasileiro, de acordo com a lei, que não permite que um atleta defenda mais do que um clube na mesma competição.
O embate principal, no entanto, deve ocorrer em 30 dias, quando Marcelinho entrará com medida definitiva na 74ª Vara do Trabalho de São Paulo para rescindir seu contrato com o Corinthians.
A ação se baseia em declarações do técnico Wanderley Luxemburgo, do vice de futebol Antonio Roque Citadini e de alguns jogadores de que não queriam mais trabalhar com o jogador por ser ele "mau-caráter" e "traíra".
Marcelinho é acusado por eles de ter telefonado para jornalistas e dito que o meia Ricardinho apanhara de alguns companheiros durante a fase de preparação do time em Extrema (MG).
Outra reclamação do meia-atacante é de que ele teria tido seu direito de trabalho cerceado durante seu período de afastamento.
O clube, porém, nega que tenha impedido o jogador de trabalhar. Durante seu afastamento, Marcelinho treinou em separado no CT de Itaquera, supervisionado por membros da comissão técnica.
Confirmada ou não a decisão do TST em favor de Marcelinho, entretanto, o Corinthians terá duas saídas para tentar receber os R$ 7 milhões que reivindica pelos direitos federativos do jogador.
Ou por meio de um acordo com o jogador e com o Santos, o que é muito difícil.
Ou pelo contrato de imagem que Marcelinho mantém com o clube por meio da Divina Inspiração Publicidade e Produções Artísticas Ltda. e MPF Produções Comerciais.
"Quando o Marcelinho entrar com a ação na 74ª Vara, terá de mostrar o contrato de imagem dele com o Corinthians", disse o advogado Leonardo Serafim, especialista em direito esportivo do escritório Demarest & Almeida.



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