São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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JUCA KFOURI

E agora, Justiça esportiva?

A Justiça comum tem com o que se preocupar com a MSI e o Corinthians. Mas a Justiça esportiva não pode calar

COMO MISÉRIA pouca é bobagem mesmo, por incômodo e delicado que seja o tema, uma pergunta se impõe: como fica o título brasileiro do Corinthians, já parceiro da MSI, em 2005?
Esqueça de Edílson Pereira de Carvalho, dos jogos anulados pelo STJD, do erro de Márcio Rezende de Freitas no jogo contra o Inter.
Fixe-se apenas num aspecto: um time que usa dinheiro sujo para fazer contratações não age de maneira desleal com seus adversários?
Se a resposta for a que parece óbvia -sim, age - alguma punição precisa haver.
Perda do título, rebaixamento, alguma coisa precisa ser feita, desafio que está posto à Justiça esportiva, agora presidida pelo ex-presidente da OAB e ex-vice-presidente do Corinthians, voz, diga-se, sempre contrária à parceria com a MSI, Rubens Approbato Machado.
Porque se a resposta for não, dada a inexistência de provas sobre manipulação de resultados das partidas que envolvem o campeão, passamos a aceitar, cabalmente, que um clube pode usar, por exemplo, dinheiro do narcotráfico para se reforçar.
E que não cometerá nenhuma deslealdade esportiva por assim agir, o que é um absurdo.
Porque mais uma vez a impunidade dará o ar de sua desgraça.
Por impune, o radialista cearense Flávio Moreira, um dos pivôs do escândalo da Máfia da Loteria, denunciada 25 anos atrás, está de volta ao cenário no demolidor relatório da Polícia Federal.

Disque 0900
Parece que para fazer gol no São Paulo neste Brasileirão será necessária alguma medida drástica.
Porque se não bastasse o pênalti defendido por Rogério Ceni no último minuto diante do Galo, em São Januário aconteceram coisas do arco (da baliza?) da velha.
Sim, as traves deram sua contribuição duas vezes.
E uma bola desviada, daquelas que inevitavelmente morrem na rede, como aconteceu, aliás, no segundo gol tricolor, caprichosamente raspou a trave pelo lado de fora, com Rogério batido.
Mais dois minutos na próxima partida, contra o Santos, e pronto: o São Paulo completará 900 sem tomar um mísero golzinho.
E mudará o prefixo dos telefones do Morumbi para 0900.

Tio Sam de quatro
A seleção de Dunga jogou em ritmo de amistoso num gramado desrespeitoso de tão horroroso e, mesmo assim, fez 4 a 2 nos ianques.
Ronaldinho Gaúcho foi o que de melhor aconteceu na partida. Deu quatro passes preciosos que redundaram em dois gols, uma bola na trave e uma ótima defesa do goleiro dos Estados Unidos e ainda fez seu gol, em magistral cobrança de falta.

Ai que preguiça!
O Datafolha revela que 49% dos brasileiros são sedentários, não se exercitam nunca, um prato cheio para abalar e abarrotar o sistema de saúde de qualquer país.
Quando será que o governo federal se convencerá de que uma Política Esportiva na direção que interessa é só o que deve fazer?
A Organização Mundial da Saúde já demonstrou que cada dólar investido na prática esportiva massificada equivale a três economizados com a saúde pública.


blogdojuca@uol.com.br

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