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JUCA KFOURI
E agora, Justiça esportiva?
A Justiça comum tem com o que se preocupar com a MSI e o Corinthians. Mas a Justiça esportiva não pode calar
COMO MISÉRIA pouca é bobagem mesmo, por incômodo e
delicado que seja o tema, uma
pergunta se impõe: como fica o título brasileiro do Corinthians, já parceiro da MSI, em 2005?
Esqueça de Edílson Pereira de
Carvalho, dos jogos anulados pelo
STJD, do erro de Márcio Rezende de
Freitas no jogo contra o Inter.
Fixe-se apenas num aspecto: um
time que usa dinheiro sujo para fazer contratações não age de maneira
desleal com seus adversários?
Se a resposta for a que parece óbvia -sim, age - alguma punição
precisa haver.
Perda do título, rebaixamento, alguma coisa precisa ser feita, desafio
que está posto à Justiça esportiva,
agora presidida pelo ex-presidente
da OAB e ex-vice-presidente do Corinthians, voz, diga-se, sempre contrária à parceria com a MSI, Rubens
Approbato Machado.
Porque se a resposta for não, dada
a inexistência de provas sobre manipulação de resultados das partidas
que envolvem o campeão, passamos
a aceitar, cabalmente, que um clube
pode usar, por exemplo, dinheiro do
narcotráfico para se reforçar.
E que não cometerá nenhuma
deslealdade esportiva por assim
agir, o que é um absurdo.
Porque mais uma vez a impunidade dará o ar de sua desgraça.
Por impune, o radialista cearense
Flávio Moreira, um dos pivôs do escândalo da Máfia da Loteria, denunciada 25 anos atrás, está de volta ao cenário no demolidor relatório da
Polícia Federal.
Disque 0900
Parece que para fazer gol no São
Paulo neste Brasileirão será necessária alguma medida drástica.
Porque se não bastasse o pênalti
defendido por Rogério Ceni no último minuto diante do Galo, em
São Januário aconteceram coisas
do arco (da baliza?) da velha.
Sim, as traves deram sua contribuição duas vezes.
E uma bola desviada, daquelas
que inevitavelmente morrem na
rede, como aconteceu, aliás, no segundo gol tricolor, caprichosamente raspou a trave pelo lado de fora,
com Rogério batido.
Mais dois minutos na próxima
partida, contra o Santos, e pronto: o
São Paulo completará 900 sem tomar um mísero golzinho.
E mudará o prefixo dos telefones
do Morumbi para 0900.
Tio Sam de quatro
A seleção de Dunga jogou em ritmo de amistoso num gramado desrespeitoso de tão horroroso e, mesmo assim, fez 4 a 2 nos ianques.
Ronaldinho Gaúcho foi o que de
melhor aconteceu na partida. Deu
quatro passes preciosos que redundaram em dois gols, uma bola na
trave e uma ótima defesa do goleiro
dos Estados Unidos e ainda fez seu
gol, em magistral cobrança de falta.
Ai que preguiça!
O Datafolha revela que 49% dos
brasileiros são sedentários, não se
exercitam nunca, um prato cheio
para abalar e abarrotar o sistema de
saúde de qualquer país.
Quando será que o governo federal se convencerá de que uma Política Esportiva na direção que interessa é só o que deve fazer?
A Organização Mundial da Saúde
já demonstrou que cada dólar investido na prática esportiva massificada equivale a três economizados com a saúde pública.
blogdojuca@uol.com.br
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