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Após fiasco, Maradona se consola com repescagem
Argentina perde do Paraguai e cai para 5º lugar nas eliminatórias sul-americanas
Técnico afirma que críticas não irão afetá-lo e cita 1993, quando a equipe enfrentou a Austrália para assegurar vaga no Mundial dos EUA
DE BUENOS AIRES
DA REPORTAGEM LOCAL
A última vez que a Argentina
ficou fora de uma Copa do
Mundo -ela participou de 14
das 17 edições do torneio- foi
em 1970, quando acabou desclassificada pelo Peru nas eliminatórias. Pois outro jogo
contra o Peru, no mês que vem,
poderá reproduzir a tragédia.
Jogando em Assunção, ontem, a seleção treinada por Diego Maradona perdeu para o Paraguai por 1 a 0 e complicou de
vez suas chances no classificatório sul-americano. O resultado pôs os paraguaios na Copa
da África do Sul, em 2010.
Ao mesmo tempo, o novo revés (no sábado, os argentinos
haviam perdido em casa para a
seleção brasileira por 3 a 1) tirou a equipe de Maradona dos
quatro primeiros postos da tabela -as equipes que garantem
classificação direta ao Mundial.
Agora em quinto lugar, a Argentina teria de disputar uma
repescagem contra o quarto colocado nas eliminatórias da
Concacaf (posição ocupada no
momento pela Costa Rica).
O time, assim como seus rivais no classificatório, tem
mais dois jogos por fazer: contra Peru, em Buenos Aires (dia
10 ou 11 de outubro), e Uruguai
(13 ou 14), em Montevidéu. As
datas dos confrontos ainda serão definidas pela Conmebol.
Mais tenso que a partida em
Assunção (na qual a Argentina
teve parte do controle, mas não
conseguiu finalizar a gol) foi o
ambiente entre comissão técnica, dirigentes e jogadores
após o confronto no Defensores del Chaco. Depois da partida, o presidente da AFA (Associação do Futebol Argentino),
Julio Grondona, desceu aos
vestiários e se trancou por mais
de 20 minutos com o grupo.
Foi quando surgiram rumores de que Maradona não daria
entrevistas -e a inevitável associação com sua demissão.
Ao final da conversa no vestiário, Maradona surgiu diante
dos jornalistas e confirmou que
continuará no cargo. "Enquanto eu tiver uma gota de sangue,
lutarei para classificar a Argentina à Copa", disse, dramático.
"As críticas não irão me quebrar. Tenho uma boa relação
com Julio [Grondona] e cumprirei meu contrato até o fim.
Nada vai me atingir agora",
afirmou, para encerrar as especulações sobre sua saída.
Também realista, o técnico
lembrou que a seleção nacional
precisou disputar uma repescagem contra a Austrália, em
1993, para chegar à Copa dos
Mundo dos Estados Unidos, no
ano seguinte. "Tivemos de viajar 24 horas para buscar uma
vaga na Copa e ninguém morreu", declarou Maradona.
Para o treinador, o momento
agora é de analisar "entre quatro paredes" os erros dos jogadores e suas próprias escolhas,
notadamente as convocações.
Expulso no início do segundo
tempo, o volante Verón engrossou o discurso do comandante.
"Temos que tentar consertar
as coisas, nós e a comissão técnica. É hora de pensar, analisar
e corrigir os defeitos", disse.
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