São Paulo, quinta-feira, 10 de setembro de 2009

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Após fiasco, Maradona se consola com repescagem

Argentina perde do Paraguai e cai para 5º lugar nas eliminatórias sul-americanas

Técnico afirma que críticas não irão afetá-lo e cita 1993, quando a equipe enfrentou a Austrália para assegurar vaga no Mundial dos EUA

DE BUENOS AIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

A última vez que a Argentina ficou fora de uma Copa do Mundo -ela participou de 14 das 17 edições do torneio- foi em 1970, quando acabou desclassificada pelo Peru nas eliminatórias. Pois outro jogo contra o Peru, no mês que vem, poderá reproduzir a tragédia.
Jogando em Assunção, ontem, a seleção treinada por Diego Maradona perdeu para o Paraguai por 1 a 0 e complicou de vez suas chances no classificatório sul-americano. O resultado pôs os paraguaios na Copa da África do Sul, em 2010.
Ao mesmo tempo, o novo revés (no sábado, os argentinos haviam perdido em casa para a seleção brasileira por 3 a 1) tirou a equipe de Maradona dos quatro primeiros postos da tabela -as equipes que garantem classificação direta ao Mundial.
Agora em quinto lugar, a Argentina teria de disputar uma repescagem contra o quarto colocado nas eliminatórias da Concacaf (posição ocupada no momento pela Costa Rica).
O time, assim como seus rivais no classificatório, tem mais dois jogos por fazer: contra Peru, em Buenos Aires (dia 10 ou 11 de outubro), e Uruguai (13 ou 14), em Montevidéu. As datas dos confrontos ainda serão definidas pela Conmebol.
Mais tenso que a partida em Assunção (na qual a Argentina teve parte do controle, mas não conseguiu finalizar a gol) foi o ambiente entre comissão técnica, dirigentes e jogadores após o confronto no Defensores del Chaco. Depois da partida, o presidente da AFA (Associação do Futebol Argentino), Julio Grondona, desceu aos vestiários e se trancou por mais de 20 minutos com o grupo.
Foi quando surgiram rumores de que Maradona não daria entrevistas -e a inevitável associação com sua demissão.
Ao final da conversa no vestiário, Maradona surgiu diante dos jornalistas e confirmou que continuará no cargo. "Enquanto eu tiver uma gota de sangue, lutarei para classificar a Argentina à Copa", disse, dramático.
"As críticas não irão me quebrar. Tenho uma boa relação com Julio [Grondona] e cumprirei meu contrato até o fim. Nada vai me atingir agora", afirmou, para encerrar as especulações sobre sua saída.
Também realista, o técnico lembrou que a seleção nacional precisou disputar uma repescagem contra a Austrália, em 1993, para chegar à Copa dos Mundo dos Estados Unidos, no ano seguinte. "Tivemos de viajar 24 horas para buscar uma vaga na Copa e ninguém morreu", declarou Maradona.
Para o treinador, o momento agora é de analisar "entre quatro paredes" os erros dos jogadores e suas próprias escolhas, notadamente as convocações.
Expulso no início do segundo tempo, o volante Verón engrossou o discurso do comandante.
"Temos que tentar consertar as coisas, nós e a comissão técnica. É hora de pensar, analisar e corrigir os defeitos", disse.


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