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Dono de avião, Barrichello chia por R$ 2
DA ENVIADA A MONZA
Difícil imaginar o dono de
um jatinho barganhando o
preço de um bombom. Ainda
mais se for piloto de F-1.
Mas não é difícil entender
o porquê após viajar 13 horas
ao lado de Rubens Barrichello, 37, em seu Learjet, como
fez a reportagem da Folha a
caminho de Monza, onde,
neste fim de semana, ele estará na 13ª etapa do Mundial.
Piloto com mais corridas
disputadas na F-1 (281), duas
vezes vice-campeão, proprietário de casas em vários
países, piloto da Ferrari por
seis temporadas, Barrichello
ainda mantém essência de
quando morava na casa dos
pais em Interlagos e dava os
primeiros passos no kart.
"Os caras acham que só
porque você tem um avião
podem te cobrar R$ 2 por
um [chocolate] Alpino", afirmou o piloto da Brawn GP,
vice-líder do Mundial. "Eu
adoro Alpino, mas não vou
pagar isso", sentenciou.
Desde que comprou seu
jatinho em 2006 em uma espécie de permuta com a Embraer, pela qual recebeu um
desconto no preço final, Barrichello não sai assinando
cheques e fazendo gastos estratosféricos. Tudo é pesquisado e tem de ficar dentro do
orçamento previamente estabelecido por ele para manter o avião, quase uma necessidade para quem faz aproximadamente cem voos durante a temporada da F-1.
Nada de comissário de
bordo, pratos requintados
ou mordomias. No "Air Rubens", como ele carinhosamente apelidou o jatinho
que leva seu logo na cauda,
nos travesseiros e cobertas,
quem esquenta os sanduíches é o próprio piloto.
Os vinhos ele compra -ou
pede para algum funcionário- em supermercados da
Europa, onde diz encontrar
o famoso "Brunello di Montalcino" por 23 euros a garrafa -cerca de R$ 64. A bordo,
a maior mordomia é a cama.
"Você acaba aprendendo
onde dá pra economizar",
diz Barrichello. Para não
desperdiçar dinheiro, o piloto estaciona o avião, com capacidade para 14 pessoas, no
aeroporto de Congonhas.
Mas só o reabastece em
Cumbica, onde o combustível é mais barato.
(TC)
A repórter TATIANA CUNHA
viajou no avião
de Rubens Barrichello a convite do piloto
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