São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Atacante Guilherme marca e chora ao comemorar, mas time de Parreira cede empate e cai na tabela do Nacional

Corinthians tropeça contra o Figueirense

DIOGO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois minutos separaram o Corinthians e o atacante Guilherme de superar seus "traumas".
O empate em 2 a 2 diante do Figueirense ontem à noite no Canindé foi ruim para o time do técnico Carlos Alberto Parreira, que voltou a falhar na marcação, e serviu apenas de alento para o principal goleador corintiano.
Aos 36min do segundo tempo, a bola foi cruzada para a área catarinense, o zagueiro Anderson cabeceou, a zaga do Figueirense falhou, e Guilherme empurrou para o gol de Edson Bastos.
De joelhos, o atacante chorou, abraçou todos os companheiros e parecia acreditar que o gol -o terceiro da noite- garantiria a vitória ao Corinthians e poderia servir de "consolo" para o pior momento de sua vida, como ele mesmo descreveu nesta semana.
Na madrugada do último sábado, Guilherme se envolveu em um acidente em Marília (SP), que deixou duas pessoas mortas e uma gravemente ferida. O atleta dirigia o carro que provocou o acidente.
Entretanto, quando ainda voltava para o gramado, após abraçar Parreira, Guilherme viu a defesa corintiana falhar e o atacante Mendes ser derrubado por Scheidt dentro da área.
Levando as mãos à cabeça, o atacante voltou a ficar cabisbaixo com o empate do Figueirense na cobrança de pênalti convertida pelo lateral Lino.
Guilherme foi escalado porque disse a Parreira que teria condições emocionais. Durante o jogo, o atacante recebeu 12 bolas -acertou oito passes, errou outros três, fez quatro desarmes, recebeu uma falta, cometeu duas infrações e finalizou duas vezes.
Se para o atacante a noite não foi boa, para o Corinthians tampouco. Os jogadores não conseguiram melhorar o desempenho defensivo da equipe e o ataque produziu poucas chances -características do time neste Brasileiro.
Com o empate, o Corinthians caiu para a quinta colocação na tabela do Brasileiro, com 28 pontos. O Figueirense é o 14º, com 21 pontos. Esse foi o segundo jogo consecutivo que o time de Parreira não vence em casa (perdeu para o Santos), apesar de se manter entre os oito melhores do torneio.
Mesmo com o volante Fabinho atuando como terceiro zagueiro e Gil recuando para auxiliar na marcação no meio-campo, os corintianos não conseguiram apresentar uma boa performance defensiva, como queria Parreira.
A torcida que compareceu ao Canindé protestou contra a presença de Scheidt entre os titulares.
E a defesa até que começou bem a partida. Nos primeiros minutos, só o Corinthians atacou.
Com o retorno de Rogério à lateral direita, o Corinthians voltou a atacar pelos dois lados -sua principal arma ofensiva- e não demorou a chegar ao gol.
Aos 12min, Kléber cruzou para a área. Rogério apareceu por trás da zaga e, com um forte cabeceio, abriu o placar para o Corinthians.
A boa performance dos paulistas parou por aí. O Figueirense começou a dominar o meio-campo. Os meias Igor e Willian iniciavam as jogadas e acionavam os laterais catarinenses, que cruzavam para a área ou arriscavam o chute de longa distância.
Com essa estratégia, o Figueirense chegou a marcar aos 23min, mas o zagueiro Cláudio estava impedido no momento do chute.
Na segunda etapa, o time catarinense continuou melhor. Após empatar a partida aos 17min, com Mendes, e sofrer o segundo gol 19 minutos depois, o Figueirense não se intimidou e empatou.


Texto Anterior: Perfil
Próximo Texto: Parreira fica irritado com sua equipe
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.