São-paulino exalta Millonarios, seu rival na Libertadores-74, e pede torcida

Técnico afirma que tem "11 dúvidas" para escalar equipe que atua hoje, no Morumbi, e só indica presenças dos suspensos no Brasileiro

JULYANA TRAVAGLIA
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A partida desta noite, no Morumbi, pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana, remete o hoje técnico do São Paulo Muricy Ramalho a 1974.
Naquela edição da Taça Libertadores, o então meia do time paulista ainda era, segundo ele próprio, "muito novinho" e viu do banco de reservas seu time empatar com o Millionarios, da Colômbia.
"O Millonarios é um time de tradição, grande na Colômbia", afirmou Muricy, ao ser questionado pelos jornalistas sobre o adversário de hoje. "Pode ser desconhecido para muita gente, mas, para mim, não é. Esse time tem história e apareceu muito antes do que Deportivo Cali e outros", emendou.
Sob o comando de José Poy, o São Paulo não passou de um empate sem gols na casa dos colombianos. E é justamente isso que Muricy quer evitar neste reencontro, que ocorre num torneio que a torcida não costuma dar muita importância.
"A Sul-Americana é uma competição que está no calendário, e temos que jogá-la. Espero que a torcida nos apóie, porque estamos precisando. O São Paulo ainda não conquistou esse título", disse o técnico, que reviu a partida do rival de hoje contra os chilenos do Colo Colo e já apontou suas preocupações com os colombianos.
"É uma equipe bem armada e fechadinha, difícil de ser batida", comentou Muricy, acrescentando que o Millonarios jogou com uma equipe mista na partida do último domingo pelo Campeonato Colombiano.
Esse luxo de poder privilegiar um campeonato e priorizar outro o técnico são-paulino não teve. Pelo contrário.
Para a partida de hoje, o atual líder do Campeonato Brasileiro, com 63 pontos, e que vem de duas derrotas seguidas -perdeu para Flamengo e Corinthians, de ambos pelo placar mínimo-, sofrerá com as contusões que assolam o time.
O principal desfalque apontado pelo treinador está no gol.
O capitão Rogério sentiu dores na panturrilha na derrota para o Corinthians, provocadas por um estiramento no local, e está fora de combate. Com isso, Bosco entra na equipe.
"É um jogador importante, o maior ídolo do time, mas ainda bem que não é muito séria a lesão dele", disse Muricy, que espera poder voltar a contar com Rogério na partida de sábado, diante do Fluminense, no Rio.
Outros dois desfalques por lesão são Dagoberto e Borges. Os dois atacantes sofreram contusões musculares e ficam fora do confronto desta noite.
Mia um que não joga é Alex Silva. O zagueiro está com a seleção brasileira para os jogos das eliminatórias da Copa.
Assim, Muricy afirma ter 11 dúvidas para enfrentar os colombianos, querendo esconder a escalação do time.
No entanto sabe-se que o volante Richarlyson, suspenso para a partida contra o Fluminense pelo terceiro cartão amarelo, e o meia Hugo, punido pelo STJD e fora do Brasileiro, são nomes certos na equipe titular.
"Conversei com o médico e o preparador físico já no domingo para definir a equipe, mas não vou falar. Podem colocar o que vocês [jornalistas] quiserem", emendou o treinador.