São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2008

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fim?

Barrichello, sem saída, fala pela 1ª vez em parar

Incerteza sobre o que vai fazer e onde estará na próxima temporada da F-1 também incomoda Nelsinho Piquet

Veterano piloto da Honda teme aposentadoria forçada, e filho de ex-campeão mundial comenta sobre desconforto no dia-a-dia


Toru Hanai/Reuters
Mecânicos da Ferrari treinam pit stop em Fuji, que abriga o GP do Japão, 16ª das 18 etapas da F-1

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A FUJI

Enquanto Felipe Massa disputa o título da F-1, a situação dos outros dois brasileiros na categoria está complicada.
Apesar de os momentos de suas carreiras serem totalmente diferentes, Rubens Barrichello, 36, e Nelsinho Piquet, 23, dividem uma agonia. Esperam por uma definição de suas equipes e do mercado para saber se terão uma vaga na principal categoria do esporte em 2009.
O cenário é pessimista. Tanto que Barrichello, recordista de GPs e há 16 temporadas na F-1, falou em Fuji, pela primeira vez, em parar. Já Nelsinho tenta descobrir se poderá guiar pelo segundo ano consecutivo e continuar com o aprendizado.
Muito provavelmente, os dois correrão em Interlagos, no próximo dia 2, sem saber se voltarão a ver a torcida brasileira na temporada seguinte.
"Nunca cheguei a esta altura do campeonato numa situação como esta", declarou Barrichello em Fuji, com o semblante preocupado. "Atualmente há um silêncio muito grande na Honda, e isso não é bom para ninguém. Claro que a possibilidade de eu ter que me aposentar no fim do ano existe, porque ainda não tenho nada assinado com ninguém, mas eu não estou preparado para isso."
A três corridas do encerramento da temporada, quatro equipes ainda não fecharam suas duplas para o ano que vem: Force India, Toro Rosso, Honda e Renault. Caso deixe a equipe japonesa, Barrichello terá pouca chance de obter uma das vagas restantes, já que há pilotos à frente na fila.
Se o piloto da Honda já começa a cogitar a hipótese de não estar na categoria em 2009, Nelsinho ainda se mostra bastante esperançoso.
"Tem muitas vagas abertas e não há pilotos no mercado para entrar na F-1 agora", disse ele, que estreou nesta temporada e conseguiu um segundo lugar como melhor resultado.
"Claro que não saber o que eu vou fazer e onde vou estar no ano que vem me incomoda. Não quando estou no carro, mas no dia-a-dia mesmo. É ruim para o seu bem-estar."
Nessa disputa por um cockpit na temporada que vem, outros dois brasileiros correm por fora: Lucas di Grassi, piloto de testes da Renault, e Bruno Senna, vice-campeão da GP2.
"Sei que a Honda tem falado com o Bruno, mas, se eu pudesse dar um conselho a ele, vindo de alguém que gosta da família Senna, diria para ele não queimar esse cartucho. E nem falo isso por mim, não", afirmou Barrichello em Fuji, onde só respondeu a perguntas sobre seu futuro, como se não houvesse corrida no fim de semana.
"Com a pouca experiência que ele tem, pode ser ruim para ele. O Nelsinho é um bom exemplo disso", completou.
Di Grassi, cuja maior oportunidade de se tornar titular pode estar em substituir Nelsinho na própria Renault, disse que acompanha o de- senrolar de seu futuro na internet. "Sou sempre o último a saber das coisas", afirmou ele, que terminou em terceiro na GP2 mesmo tendo disputado somente parte do campeonato.
Mas, ao que tudo indica, a definição do mercado só deve sair depois que Fernando Alonso definir para onde irá em 2009.
Com as portas dos grandes times fechadas para o bicampeão, o destino mais provável do espanhol é permanecer na Renault. Resta apenas saber quem estará a seu lado.


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