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Próximo rival do Brasil, Irã enfrenta maratona
Se chegar às semifinais do Mundial de futsal, equipe mudará 4 vezes de cidade
Regulamento faz com que alguns times viajem muito; anfitriões, brasileiros já trocaram Brasília pelo Rio, de onde não mais sairão
MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Primeira adversária do Brasil
na segunda fase, a seleção iraniana tenta superar o cansaço
para manter o status de revelação deste Mundial de futsal.
Entre os oito classificados
para a próxima etapa, o Irã foi a
equipe mais prejudicada em
termos de deslocamento. Caso
cheguem às semifinais, os iranianos terão completado um
total de quatro viagens entre
Rio e Brasília (4.592 km percorridos) em uma semana.
Os italianos foram os mais
beneficiados. Permanecem no
Rio, onde jogaram a primeira
fase, até o fim do torneio.
Isso ocorre porque o regulamento prevê que as últimas
partidas de cada fase sejam disputadas no mesmo horário.
Sendo assim, algumas equipes
são sacrificadas, pois cada cidade-sede brasileira utiliza só um
ginásio para o torneio, impossibilitando a disputa simultânea
de jogos do mesmo grupo.
"Não estamos satisfeitos. Ficar indo e voltando de uma cidade a outra é muito desgastante", queixou-se Abbas Torabian, chefe da delegação do Irã.
"Os jogos deveriam ser disputados na mesma cidade. Não
haveria problema se tivéssemos que jogar em ginásios menores do que esses", disse o dirigente, referindo-se ao Nilson
Nelson e ao Maracanãzinho.
Apesar de a média de público
girar em torno de 4.500 pessoas por jogo, a Fifa exige que
os ginásios tenham capacidade
para 12 mil pessoas.
Mesmo cansados pela viagem, os iranianos se desdobraram ontem para vencer a República Tcheca por 3 a 2, obter a
segunda colocação do Grupo D
e, como conseqüência, a classificação para a segunda fase.
O gás adicional foi conquistado com o apoio da torcida brasileira. Jovens do Projeto Lotação Esgotada, que cobriam cerca de 60% dos lugares, não se
cansavam de gritar "Irã, Irã".
Com véus cobrindo suas cabeças, mulheres de funcionários da Embaixada do Irã saudavam o time com bandeirinhas. A empatia entre público e
jogadores iranianos foi tão
grande que, após o triunfo, os
atletas deram a volta olímpica
para cumprimentar a torcida.
"Foi como se estivéssemos
jogando em casa. Se a seleção
do Brasil fosse ao Irã, teria essa
mesma sensação. Os iranianos
amam os brasileiros", afirmou
o técnico Hossein Shams.
No mesmo horário, os brasileiros treinavam no Rio e se recuperavam da única viagem
que fizeram até o fim do Mundial. Brasil e Irã se enfrentam
amanhã, no Maracanãzinho.
"Não se preocupem. Daremos
um ponto [empate] ao Brasil",
disse Schams, aos risos.
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