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BOXE
Marca ignorada
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Caso derrote o desafiante
samoano David Tua amanhã, o britânico Lennox Lewis será o primeiro campeão dos pesos-pesados a manter o cinturão por
três vezes ou mais durante o período de um ano desde que Mike
Tyson defendeu o título em quatro oportunidades em 1987.
Naquela ocasião, ""Iron" Mike
bateu James ""Quebra-ossos"
Smith (por pontos), Pinklon Thomas (por nocaute em seis assaltos), Tony Tucker (pontos) e
Tyrell Biggs (nocaute em sete assaltos).
Agora, Lewis vem se mostrando
um dos mais ativos campeões da
história. Pois é, mas tal fato quase
passou despercebido por dois motivos: a quantidade de títulos que
torna difícil para os torcedores
acompanhar o esporte e o fato de
no Brasil as defesas de Lewis (nocautes sobre Michael Grant e
Frans Botha) este ano terem sido
transmitidas em pay-per-view.
Alguém pode contestar que na
época de Joe Louis (que aliás foi o
campeão que mais vezes defendeu o cinturão em um ano -sete
vezes, em 1941), por exemplo,
quando havia somente uma entidade controlando o boxe internacional e apenas oito categorias de
peso, era bem mais fácil acompanhar o que acontecia no boxe?
Hoje em dia há 17 categorias de
peso e pelo menos quatro campeões em cada uma delas, considerando somente as quatro principais entidades a controlar o boxe, CMB (Conselho Mundial de
Boxe), AMB (Associação Mundial de Boxe), FIB (Federação Internacional de Boxe) e OMB (Organização Mundial de Boxe).
Ou seja, há o potencial para haver 68 campeões ""mundiais" (e
nem levamos em conta entidades
realmente inexpressivas como a
Associação Internacional de Boxe, a Organização Internacional
de Boxe, a Federação Mundial de
Boxe ou a União Mundial de Boxe, senão esse número seria
maior).
Em meio a toda essa confusão
torna-se difícil manter controle
das estatísticas de cada campeão.
Outro fator que dificulta uma
melhor compreensão do esporte
por parte do grande público é que
ou os combates importantes são
transmitidos pela TV paga ou, em
alguns casos, nem isso.
Os dois combates de Lewis este
ano foram exibidos via pay-per-view e a apresentação reunindo
Evander Holyfield e John Ruiz pelo título vago da AMB nem passou no Brasil (e o descaso não pára por aí, até o fechamento desta
coluna era possível que nenhuma
TV exibisse a luta de amanhã).
Os mais prováveis candidatos a
enfrentar Acelino Freitas, o Popó,
dia 16 de dezembro, em Sheffield,
na Inglaterra, são o dominicano
ex-campeão dos supergalos (duas
categorias abaixo à de Popó) Hector Acero-Sanchez e o ganês Justin Juuko, que perdeu disputas de
títulos para Floyd Mayweather e
Diego Corrales (pelo cinturão da
inexpressiva Associação Internacional estava em jogo).
O brasileiro, aliás, causou boa
impressão no exterior. Jason
Oberlander, da Showtime, informou esta coluna que a rede norte-americana vem transmitindo as
lutas do baiano e quer reuni-lo
com os campeões Holyfield,
Tyson, David Tua, Zab Judah,
Joel Casamayor e Johnny Tapia.
Brasil 1
O invicto peso-leve Edson do
Nascimento, o Xuxa, que no
meio do ano assinou contrato com o polêmico norte-americano promotor de lutas
Don King, está de volta ao
Brasil após ter abandonado,
pela segunda vez, o treinador
mexicano Romulo Quirarte.
Até a próxima semana, o nome de seu novo técnico, possivelmente o veterano norte-americano Al Bonani, deve
ser anunciado. De todo modo, Xuxa deve muito em breve seguir novamente para os
EUA para retomar as atividades no novo centro de treinamentos da Don King Productions, que foi construído nas
proximidades de Miami.
Brasil 2
Marco Duarte disputa o título latino dos meio-pesados
da OMB (Organização Mundial de Boxe) contra o espanhol Alejandro Lakatus, no
próximo dia 17.
E-mail eohata@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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