São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2000

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BOXE
Marca ignorada

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Caso derrote o desafiante samoano David Tua amanhã, o britânico Lennox Lewis será o primeiro campeão dos pesos-pesados a manter o cinturão por três vezes ou mais durante o período de um ano desde que Mike Tyson defendeu o título em quatro oportunidades em 1987.
Naquela ocasião, ""Iron" Mike bateu James ""Quebra-ossos" Smith (por pontos), Pinklon Thomas (por nocaute em seis assaltos), Tony Tucker (pontos) e Tyrell Biggs (nocaute em sete assaltos).
Agora, Lewis vem se mostrando um dos mais ativos campeões da história. Pois é, mas tal fato quase passou despercebido por dois motivos: a quantidade de títulos que torna difícil para os torcedores acompanhar o esporte e o fato de no Brasil as defesas de Lewis (nocautes sobre Michael Grant e Frans Botha) este ano terem sido transmitidas em pay-per-view.
Alguém pode contestar que na época de Joe Louis (que aliás foi o campeão que mais vezes defendeu o cinturão em um ano -sete vezes, em 1941), por exemplo, quando havia somente uma entidade controlando o boxe internacional e apenas oito categorias de peso, era bem mais fácil acompanhar o que acontecia no boxe?
Hoje em dia há 17 categorias de peso e pelo menos quatro campeões em cada uma delas, considerando somente as quatro principais entidades a controlar o boxe, CMB (Conselho Mundial de Boxe), AMB (Associação Mundial de Boxe), FIB (Federação Internacional de Boxe) e OMB (Organização Mundial de Boxe).
Ou seja, há o potencial para haver 68 campeões ""mundiais" (e nem levamos em conta entidades realmente inexpressivas como a Associação Internacional de Boxe, a Organização Internacional de Boxe, a Federação Mundial de Boxe ou a União Mundial de Boxe, senão esse número seria maior).
Em meio a toda essa confusão torna-se difícil manter controle das estatísticas de cada campeão.
Outro fator que dificulta uma melhor compreensão do esporte por parte do grande público é que ou os combates importantes são transmitidos pela TV paga ou, em alguns casos, nem isso.
Os dois combates de Lewis este ano foram exibidos via pay-per-view e a apresentação reunindo Evander Holyfield e John Ruiz pelo título vago da AMB nem passou no Brasil (e o descaso não pára por aí, até o fechamento desta coluna era possível que nenhuma TV exibisse a luta de amanhã).

Os mais prováveis candidatos a enfrentar Acelino Freitas, o Popó, dia 16 de dezembro, em Sheffield, na Inglaterra, são o dominicano ex-campeão dos supergalos (duas categorias abaixo à de Popó) Hector Acero-Sanchez e o ganês Justin Juuko, que perdeu disputas de títulos para Floyd Mayweather e Diego Corrales (pelo cinturão da inexpressiva Associação Internacional estava em jogo).
O brasileiro, aliás, causou boa impressão no exterior. Jason Oberlander, da Showtime, informou esta coluna que a rede norte-americana vem transmitindo as lutas do baiano e quer reuni-lo com os campeões Holyfield, Tyson, David Tua, Zab Judah, Joel Casamayor e Johnny Tapia.

Brasil 1
O invicto peso-leve Edson do Nascimento, o Xuxa, que no meio do ano assinou contrato com o polêmico norte-americano promotor de lutas Don King, está de volta ao Brasil após ter abandonado, pela segunda vez, o treinador mexicano Romulo Quirarte. Até a próxima semana, o nome de seu novo técnico, possivelmente o veterano norte-americano Al Bonani, deve ser anunciado. De todo modo, Xuxa deve muito em breve seguir novamente para os EUA para retomar as atividades no novo centro de treinamentos da Don King Productions, que foi construído nas proximidades de Miami.

Brasil 2
Marco Duarte disputa o título latino dos meio-pesados da OMB (Organização Mundial de Boxe) contra o espanhol Alejandro Lakatus, no próximo dia 17.

E-mail eohata@folhasp.com.br www.uol.com.br/folha/pensata


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