São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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reforço de peso

Corinthians traz Ronaldo para vender

Clube acerta com atacante, que não atua desde fevereiro, por um ano e afirma que contratou empresa, e não um jogador

Sem saber quando poderá contar com atleta, que se recupera de lesão, diretoria já vende camisas com nome do atacante e o número 9


Fernando Pilatos/Gazeta Press
Camisas, expostas na loja do Corinthians, com nome de Ronaldo estampado

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O Corinthians ontem fechou talvez o maior negócio de marketing de sua história. Vislumbra a explosão de vendas de sua camisa, de seus produtos licenciados, de receitas de patrocínio e de seu nome no exterior. E, de quebra, se os joelhos deixarem, terá também os gols do principal artilheiro em Copas e do atleta que foi eleito por três vezes o melhor do planeta.
Ronaldo, 32, o "Fenômeno", vai vestir a camisa do clube, e vendê-la, em 2009. Anteontem à noite, o presidente Andres Sanchez dizia a pessoas próximas que o negócio estava "95% fechado". O acordo foi finalizado num café da manhã, no Rio de Janeiro, ontem, entre o jogador, seu agente, Fabiano Farah, e o mandatário corintiano.
Segundo o diretor técnico do Corinthians, Antonio Carlos, Ronaldo assinou contrato de trabalho. O clube, que deve fechar 2008 com dívida de pelo menos R$ 98 milhões, pagará os salários, que, segundo Andres, serão 20% acima do teto do Corinthians -em carteira, ele receberá R$ 144 mil.
Mas as partes discutem ainda acordo de marketing, de onde sairá a maior fatia dos vencimentos do atleta. Esse acerto é o que alimentará a relação entre Ronaldo e Corinthians. "É mais do que a contratação de um jogador. É como se fosse um contrato entre duas agências de licenciamento", afirmou o vice de marketing do clube, Luis Paulo Rosenberg.
O contrato com Ronaldo será de um ano, com possibilidade de prorrogação por mais um.
O problema é que clube e atacante não sabem quando e em que condições Ronaldo voltará a atuar. Ele se recupera de cirurgia no joelho em fevereiro, quando defendia o Milan.
Por essa razão, a chegada de Ronaldo, por enquanto, causa mais expectativa à diretoria corintiana pelas receitas que podem ser geradas do que com o rendimento em campo.
Ontem, enquanto o site do Corinthians colocava o negócio como "muito perto de ser fechado", lojas oficiais vendiam a camisa 9 de Ronaldo nas três cores (branca, preta e roxa) a R$ 169,90. Só no primeiro dia, foram vendidas pelo menos 150 camisas, o que gerou R$ 25 mil.
"Nós não contratamos o Ronaldo, contratamos uma empresa", disse ontem Andres.
Apesar de as duas partes negociarem as divisões das futuras receitas, já é certo que o atacante terá participação no dinheiro dos patrocinadores das mangas, do calção e das meias.
Os dirigentes descartam um contrato por produtividade. "Ele precisará estar em forma para jogar e atrair patrocinadores", afirmou Rosenberg.
As negociações vinham sendo feitas há alguns meses. Os corintianos dizem que quem fez o primeiro contato foi o próprio Ronaldo. A diretoria, então, fez oferta ao jogador que, em princípio, a recusou. Uma semana depois, voltou atrás.
Havia um desejo do atleta de jogar no Flamengo, mas corintianos dizem que o rival não tinha estrutura para bancá-lo.


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