São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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JUCA KFOURI

Os meus melhores do ano


Cada um tem os seus e o colunista, é claro, tem os dele. Que invariavelmente não são os da maioria


A MINHA seleção dos melhores do Brasileirão não é igual à da CBF nem de ninguém. Voto em Bruno, mal-educado pegador de pênaltis, e não em Victor, que até mereceu ser escolhido, embora tenha sido excluído do último jogo de seu time, contra o Flamengo, por decisão da direção do clube, como ele mesmo fez questão de deixar bem claro. Estranho, não?
Verdade que o goleiro titular do Corinthians, Felipe, enfrentou o Flamengo e, como forma de protesto, não tentou defender um pênalti que valeu o segundo gol.
Talvez a exclusão de Victor e a omissão de Felipe expliquem porque um esteja dentro e o outro nem seja cogitado pela seleção.
Na lateral direita, escalo Vítor, sem c, do Goiás, pelo vigor com que defende e a eficácia com que ataca.
Meu miolo de zaga é original: tem o goleador Gum e tem, também, Ronaldo Angelim, sóbrio, sério, competente e autor do gol do título do Flamengo.
Fazer escalações antes das últimas rodadas, dá nisso.
Um gigante na decisão fica fora, ou um goleiro que falha na final, como aconteceu na Copa do Mundo de 2002, é eleito o jogador do torneio.
Na lateral esquerda eu vou de Kléber, que ressurgiu no segundo turno do Brasileirão.
Lamento não ter lugar para Guiñazu entre meus volantes, mas escalo Pierre e Hernanes, ambos fundamentais para, pela ausência, a queda do Palmeiras, e, pela presença, manutenção do São Paulo, ao menos, na Libertadores.
E boto na frente deles os dois mais brilhantes representantes da legião estrangeira no Brasil: o sérvio Petkovic e o argentino Conca.
Sem o sérvio, o Flamengo não estaria em festa, porque foi ele quem fez a maior diferença ao dar brilho e cadência ao rubro-negro que só com Adriano e Andrade não chegaria tão longe. É inegável que Maldonado e Álvaro também foram importantes, mas o sérvio foi o toque que desequilibrou e que Diego Souza acabou por não ser.
Já o argentino esteve bem até nos piores momentos, e foram tantos, do tricolor carioca.
E, na frente, Adriano e Fred. Porque sem o primeiro o Fla não teria sido o primeiro e sem o último o Flu não deixaria de ser o último. Os dois chamaram para eles a responsabilidade, coisa que Diego Tardelli quase fez, mas não fez, e que Washington também fez, mas não com o mesmo resultado, a glória e a salvação.
Ronaldo leva menção honrosa.
Meu técnico, com dor no coração por não ficar com Andrade, o primeiro técnico negro campeão brasileiro, é Paulo Silas, não só pelo brilhante sexto lugar do Avaí mas, principalmente, por ser ele um adepto do jogo bonito e limpo, características que espero que ele mantenha agora à frente do Grêmio.
E indico Giuliano como revelação, mais um da fábrica colorada. O destaque positivo do ano ficou por conta da emoção do torneio e de duas torcidas, da dupla Fla-Flu, mais a do Flu, porque apoiou na desgraça.
O negativo fica para o verdadeiro inferno verde da torcida do Coritiba, além do triste STJD, símbolo da incoerência, da ingerência indevida, da tradição cartorial e bacharelesca dos colonizadores que herdamos e teimamos em manter.

blogdojuca@uol.com.br


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