São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Ferrari abre duelo e leva afagos

Massa ressalta sua interação com o time; Raikkonen alfineta ex-equipe e elogia clima tranqüilo

Escuderia disse que pilotos apresentados oficialmente ontem terão igualdade de condições para buscar o título do Mundial de F-1

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MADONNA DI CAMPIGLIO

Rivais na pista, companheiros de time fora dela, Felipe Massa e Kimi Raikkonen falaram ontem pela primeira vez como a dupla da Ferrari para esta temporada da F-1. O brasileiro, 25, em seu segundo ano como titular da equipe, fez questão de assumir o posto de veterano do dueto. Já o finlandês, que chega para substituir Michael Schumacher, adotou um discurso duro, crítico, mas ao mesmo tempo fez questão de afagar os italianos, abrindo sua entrevista com um "buon giorno a tutti" (bom dia a todos, em italiano).
"Cheguei sem nunca ter guiado um carro competitivo. Era perfeitamente normal a equipe dar mais atenção para o Michael. Aprendi muito e fui muito bem tratado", disse Massa. "Agora será diferente. Participei de todos os treinos e tenho certeza de que posso ser competitivo e de que terei papel importante", afirmou ele, quatro anos de F-1, que tem como melhor resultado em Mundiais o terceiro lugar de 2006. Sob contrato com a McLaren até o último dia 31, Raikkonen ainda não testou com a Ferrari.
"Sei que os torcedores têm muitas expectativas com os pilotos da Ferrari, mas vai ser a mesma coisa para mim: vou fazer o melhor, tentar vencer corridas e títulos", declarou. "Não vou mudar meu jeito. Sempre vai ter quem me ame ou me odeie. O importante é fazer o melhor. Não acho, por exemplo, que se eu tivesse mudado algo no ano passado as coisas teriam sido diferentes. O carro da McLaren não era bom o suficiente", alfinetou ele, quinto colocado em 2006.
Conhecido pelo estilo frio (seu apelido é "Ice Man", homem de gelo em inglês), Raikkonen, 27, afirmou que gostou do que já conheceu na Ferrari. "Achei a atmosfera mais relaxada e tranqüila do que a da McLaren. As pessoas são fáceis de trabalhar e parece uma família", disse ele, seis anos na F-1 e duas vezes vice-campeão. Sobre as inevitáveis comparações com o antecessor, foi claro: "Não sou o Schumacher, e o time não espera que eu seja".
Jean Todt, principal homem da Ferrari, já disse que a dupla terá igualdade de condições para buscar o título, diferentemente da era Schumacher. Ontem, Massa, que deve ganhar um terço do salário do finlandês, reforçou a idéia. "Temos dois jovens pilotos e nenhum campeão, então é justo que os dois sejam tratados da mesma maneira."


A jornalista TATIANA CUNHA viaja a convite da Ferrari


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