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Sob a cesta, Brasil cresce na NBA
Nenê e Varejão registram suas melhores médias de pontos desde que chegaram à liga americana
Pré-temporada extenuante e ausência de concorrentes em suas posições favorecem a evolução dos grandalhões brasileiros em suas equipes
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pivôs brasileiros gozam de
um momento único na NBA.
Aos 26 anos, Nenê, do Denver
Nuggets, e Anderson Varejão,
do Cleveland Cavaliers, passam
pela melhor fase de suas carreiras desde que chegaram à badalada liga norte-americana.
O grandalhão do Denver foi o
que demonstrou a maior evolução. Um ano após ter passado
por uma cirurgia de remoção
de um tumor no testículo, Nenê
vem registrando seus melhores
desempenhos nas partidas desde seu início na NBA, em 2002.
Suas médias de pontos (14,8),
de tocos (1,5) e de rebotes (7,8)
são as melhores desde que chegou aos Estados Unidos. O pivô
também detinha, até a rodada
de anteontem, o melhor aproveitamento de arremessos
(62% de acerto) entre todos os
atletas da liga nesta temporada.
Seu aproveitamento melhorou também nos lances livres e
até mesmo nos arremessos de
três pontos cujo percentual
saiu do zero pela primeira vez.
"Nenê é um perfeccionista",
disse o técnico George Karl à
versão on-line da revista
"Sports Illustrated". "Ele gosta
de terminar o jogo sem ter arriscado arremessos ruins. Além
disso, tem uma consciência do
momento de arremessar que
muito atletas da NBA não têm."
Segundo Karl, a evolução do
brasileiro tem relação com a
pré-temporada, período em
que foi lapidado para suprir a
saída de Marcus Camby.
"Nossa única opção seria desenvolver Nenê para que ele fizesse sua melhor temporada",
afirmou o treinador do Denver.
"Em agosto [na pré-temporada], ele provavelmente gastou
mais tempo na sala de ginástica
do que anteriormente, em outros momentos da carreira."
Os melhores momentos de
Nenê nesta temporada ocorreram entre os dias 20 e 26 de dezembro, quando o pivô fez duplo-duplos (dois dígitos em
dois fundamentos distintos)
em quatro jogos seguidos.
Uma pré-temporada forte e a
saída de um concorrente de posição também contribuíram
para a evolução de Anderson
Varejão. Contusões no tornozelo esquerdo e no joelho direito o obrigaram a permanecer
nos EUA após o término do último campeonato.
"Praticamente não tive férias
no meio do ano. Sabia que precisava me recuperar e foi realmente desgastante, mas o esforço valeu a pena e o resultado
está aparecendo", declarou Varejão, por e-mail, à Folha.
Apesar de seu rendimento
ser mais modesto do que o de
Nenê, Varejão também registra
a melhor média de pontos (9,4)
da carreira, feito que tem sido
facilitado pela ausência de seu
companheiro de equipe Zydrunas Ilgauskas, também pivô,
que se recupera de lesão no tornozelo. Enquanto o lituano está afastado das quadras, Varejão aproveita para curtir a titularidade nos Cavaliers.
"Estou conseguindo meu espaço na equipe, jogando bastante tempo e ajudando o Cleveland", disse o pivô, que melhorou seu aproveitamento nos
arremessos. "Estou mais veloz
e me sinto bem tanto no garrafão quanto abrindo espaços."
No dia 2, Varejão brilhou na
vitória de sua equipe sobre o
Chicago, ofuscando até mesmo
o astro de sua equipe, LeBron
James. Com 26 pontos, o brasileiro foi o cestinha e obteve sua
melhor pontuação desde que
chegou à NBA, em 2004.
"Uma marcação dupla, às vezes tripla, em cima do LeBron
abre espaços não só para mim,
mas para os outros jogadores",
explicou Varejão.
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