São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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Sob a cesta, Brasil cresce na NBA

Nenê e Varejão registram suas melhores médias de pontos desde que chegaram à liga americana

Pré-temporada extenuante e ausência de concorrentes em suas posições favorecem a evolução dos grandalhões brasileiros em suas equipes


MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os pivôs brasileiros gozam de um momento único na NBA. Aos 26 anos, Nenê, do Denver Nuggets, e Anderson Varejão, do Cleveland Cavaliers, passam pela melhor fase de suas carreiras desde que chegaram à badalada liga norte-americana.
O grandalhão do Denver foi o que demonstrou a maior evolução. Um ano após ter passado por uma cirurgia de remoção de um tumor no testículo, Nenê vem registrando seus melhores desempenhos nas partidas desde seu início na NBA, em 2002.
Suas médias de pontos (14,8), de tocos (1,5) e de rebotes (7,8) são as melhores desde que chegou aos Estados Unidos. O pivô também detinha, até a rodada de anteontem, o melhor aproveitamento de arremessos (62% de acerto) entre todos os atletas da liga nesta temporada.
Seu aproveitamento melhorou também nos lances livres e até mesmo nos arremessos de três pontos cujo percentual saiu do zero pela primeira vez.
"Nenê é um perfeccionista", disse o técnico George Karl à versão on-line da revista "Sports Illustrated". "Ele gosta de terminar o jogo sem ter arriscado arremessos ruins. Além disso, tem uma consciência do momento de arremessar que muito atletas da NBA não têm."
Segundo Karl, a evolução do brasileiro tem relação com a pré-temporada, período em que foi lapidado para suprir a saída de Marcus Camby.
"Nossa única opção seria desenvolver Nenê para que ele fizesse sua melhor temporada", afirmou o treinador do Denver. "Em agosto [na pré-temporada], ele provavelmente gastou mais tempo na sala de ginástica do que anteriormente, em outros momentos da carreira."
Os melhores momentos de Nenê nesta temporada ocorreram entre os dias 20 e 26 de dezembro, quando o pivô fez duplo-duplos (dois dígitos em dois fundamentos distintos) em quatro jogos seguidos.
Uma pré-temporada forte e a saída de um concorrente de posição também contribuíram para a evolução de Anderson Varejão. Contusões no tornozelo esquerdo e no joelho direito o obrigaram a permanecer nos EUA após o término do último campeonato.
"Praticamente não tive férias no meio do ano. Sabia que precisava me recuperar e foi realmente desgastante, mas o esforço valeu a pena e o resultado está aparecendo", declarou Varejão, por e-mail, à Folha.
Apesar de seu rendimento ser mais modesto do que o de Nenê, Varejão também registra a melhor média de pontos (9,4) da carreira, feito que tem sido facilitado pela ausência de seu companheiro de equipe Zydrunas Ilgauskas, também pivô, que se recupera de lesão no tornozelo. Enquanto o lituano está afastado das quadras, Varejão aproveita para curtir a titularidade nos Cavaliers.
"Estou conseguindo meu espaço na equipe, jogando bastante tempo e ajudando o Cleveland", disse o pivô, que melhorou seu aproveitamento nos arremessos. "Estou mais veloz e me sinto bem tanto no garrafão quanto abrindo espaços."
No dia 2, Varejão brilhou na vitória de sua equipe sobre o Chicago, ofuscando até mesmo o astro de sua equipe, LeBron James. Com 26 pontos, o brasileiro foi o cestinha e obteve sua melhor pontuação desde que chegou à NBA, em 2004.
"Uma marcação dupla, às vezes tripla, em cima do LeBron abre espaços não só para mim, mas para os outros jogadores", explicou Varejão.


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