São Paulo, segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

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agonia e êxtase

Copa Africana começa com luto e gols

Joe Klamar/France Presse
Atletas de Mali e Angola, durante os minutos de silêncio pelos mortos em Cabinda

Abertura tem homenagem às vítimas do atentado contra a delegação togolesa e empate em 4 a 4 entre Angola e Mali

"Não há nada a temer", diz presidente angolano, sobre a segurança do torneio; no jogo, anfitriões abrem 4 a 0, mas não seguram resultado

DA REPORTAGEM LOCAL

Festa, luto e uma partida dramática marcaram o início da Copa Africana de Nações, em Luanda, capital angolana.
"Aqui estamos. Que ganhe o melhor", exclamou o presidente angolano José Eduardo dos Santos no estádio 11 de Novembro, principal sede da competição e construído para o evento por uma empreiteira chinesa.
Diante de um público de 50 mil pessoas, o presidente não fugiu do principal tema no começo do torneio: a emboscada das Flec (Forças de Libertação do Estado de Cabinda) ao ônibus da delegação do Togo.
"Condenamos esse ato de terrorismo, porém a competição continuará em Cabinda. Não há a nada a temer", disse o presidente em seu discurso.
Enquanto a seleção togolesa retornava para casa, a festa no 11 de Novembro apresentava danças típicas, que contavam a história de Angola, e uma chuva de fogos de artifícios.
Antes de a bola rolar, jogadores de Angola e Mali ficaram em linha, frente a frente, em dois minutos de silêncio em homenagem aos três mortos no atentado contra a delegação togolesa, na última sexta-feira.
Quando o jogo começou, porém, os 50 mil angolanos presenciaram um jogo atípico.
Após um início morno, os angolanos do técnico português Manuel José passaram a ter mais controle de bola, mas sem criar oportunidades claras.
Do outro lado, o astro malinense Kanouté, do Sevilla, também não conseguia assustar a defesa do time da casa.
A história do jogo começou a ser escrita aos 36min. Flavio abriu o placar para os angolanos ao cabecear ótima bola alçada na área em cobrança de falta do lado esquerdo.
Seis minutos depois, o cruzamento veio do outro lado, mas Flavio estava na área novamente para ampliar o marcador.
Com 2 a 0 no intervalo, a torcida angolana continuava fazendo festa no 11 de Novembro, que seguiu no segundo tempo.
Logo no começo da etapa final, Diarra, malinense do Real Madrid, assustou ao concluir uma bola na pequena área para a defesa de Carlos Fernandes.
O angolano Gilberto, um dos melhores em campo até o momento, sofreu pênalti aos 19min e precisou bater duas vezes para fazer 3 a 0. Pouco depois, em novo pênalti cavado por Gilberto, Manucho transformava a vitória em goleada.
Aí, começou outro jogo.
A conhecida falta de foco dos africanos quando estão ganhando, e tão comentada em Copas do Mundo passadas, se abateu sobre os angolanos.
A começar pelo goleiro. Carlos Fernandes deixou escapar uma bola fácil e, após bate e rebate, Keita, do Barcelona, marcou o primeiro de Mali.
Faltavam apenas 12 minutos para o fim do tempo regulamentar. Aos 43min, apareceu a estrela do atacante malinense Kanouté, que marcou o segundo em bela cabeçada: 4 a 2.
Já nos acréscimos, Keita marcou o terceiro de Mali, e aos 50min saiu o gol do heroico empate, de autoria de Yatabare, para o completo desespero de torcedores, jogadores e comissão técnica angolanos.
Hoje, no mesmo 11 de Novembro, Argélia e Maláui disputam o segundo jogo do grupo. Quem vencer assumirá a ponta. Os dois primeiros de cada grupo vão às quartas de final.


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