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Após fiasco, Ferrari se apoia em simulador
Equipe italiana cria também academia
para o desenvolvimento de talentos
Produzido nos últimos dois
anos e capaz de reproduzir
situações de pista, nova peça
ajudará time diante do limite
de testes imposto pela F-1
DA REPORTAGEM LOCAL
Após sua pior temporada na
F-1 desde 93, a Ferrari abre
2010 com novidades. O time de
Maranello busca se redimir do
quarto lugar no Mundial de
Construtores em 2009, ano em
que conseguiu só uma vitória.
Para o público, a maior mudança é a chegada de Fernando
Alonso, que amanhã deve vestir
pela primeira vez as cores da
escuderia no evento que ela faz
todos os anos na estação de esqui de Madonna di Campiglio.
O bicampeão espanhol ocupará o lugar que nos últimos
três anos foi de Kimi Raikkonen: o de companheiro de Felipe Massa. Alonso chega gabaritado por ter dado à Renault
seus dois únicos Mundiais.
Outra novidade da equipe,
mas que só deve gerar frutos a
longo prazo, é a Academia de
Pilotos Ferrari, com o objetivo
de desenvolver talentos.
O programa é semelhante ao
que já é feito por outros times,
como McLaren e Renault, e
consiste na escolha e no acompanhamento de um grupo de
iniciantes visando transformá-los em material para a F-1.
O programa será supervisionado por Luca Baldisserri, que
até o ano passado era o estrategista da equipe de Maranello, e
durará alguns anos. O primeiro
escolhido para a Academia é o
francês Jules Bianchi, campeão
da F-3 europeia em 2009.
"Nossa ideia é ter uma abordagem original, cobrindo todos
os aspectos com os pilotos para
que eles estejam o mais bem
preparados possível para o automobilismo atual", diz Stefano
Domenicali, chefe da Ferrari.
Mas os planos não são só a
longo prazo. Isso pelo fato de a
principal novidade da Ferrari
para 2010 ser um simulador recém-inaugurado em um prédio
de dois andares na sede de Maranello. Até o ano passado a
Ferrari alugava um simulador
em Modena, que não atendia
100% às suas necessidades.
Em parceria com a Moog,
empresa americana especializada em produtos para aviões,
satélites, veículos espaciais e
mísseis, entre outros, a Ferrari
desenvolveu seu novo equipamento nos últimos dois anos.
O simulador é feito em alumínio e outros compostos, mede 8 m de largura por 8 m de
comprimento e tem 6 m de altura. Na base, fica uma réplica
idêntica ao cockpit do carro
usado na pista, além dos computadores que produzem imagens em cinco telões ao redor
do piloto, que formam um ângulo de 180, e som Dolby Surround 7.1 de 3.500 watts (menos que uma sala de cinema).
A grande evolução é que o simulador recria com fidelidade
o ambiente do carro e também
as diversas situações que o piloto pode ter na pista -posição
do sol, sombras, temperaturas
do ambiente e da pista, ventos.
"As pistas são recriadas em
computador com tecnologia
3D e incluem a reprodução de
objetos ao lado dos circuitos,
zebras e a superfície da pista",
diz Marco Fainello, um dos designers do novo "brinquedo".
No ano em que só 15 dias de
treinos na pista serão permitidos antes do início do Mundial,
em 14 de março, no Bahrein, o
simulador será vital. "Ele não
substitui o teste real, mas ajudará nos processos de criação e
desenvolvimento de partes que
serão usadas no carro, reduzindo custos e poupando tempo."
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