São Paulo, segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

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Após fiasco, Ferrari se apoia em simulador

Equipe italiana cria também academia para o desenvolvimento de talentos

Produzido nos últimos dois anos e capaz de reproduzir situações de pista, nova peça ajudará time diante do limite de testes imposto pela F-1

DA REPORTAGEM LOCAL

Após sua pior temporada na F-1 desde 93, a Ferrari abre 2010 com novidades. O time de Maranello busca se redimir do quarto lugar no Mundial de Construtores em 2009, ano em que conseguiu só uma vitória.
Para o público, a maior mudança é a chegada de Fernando Alonso, que amanhã deve vestir pela primeira vez as cores da escuderia no evento que ela faz todos os anos na estação de esqui de Madonna di Campiglio.
O bicampeão espanhol ocupará o lugar que nos últimos três anos foi de Kimi Raikkonen: o de companheiro de Felipe Massa. Alonso chega gabaritado por ter dado à Renault seus dois únicos Mundiais.
Outra novidade da equipe, mas que só deve gerar frutos a longo prazo, é a Academia de Pilotos Ferrari, com o objetivo de desenvolver talentos.
O programa é semelhante ao que já é feito por outros times, como McLaren e Renault, e consiste na escolha e no acompanhamento de um grupo de iniciantes visando transformá-los em material para a F-1.
O programa será supervisionado por Luca Baldisserri, que até o ano passado era o estrategista da equipe de Maranello, e durará alguns anos. O primeiro escolhido para a Academia é o francês Jules Bianchi, campeão da F-3 europeia em 2009.
"Nossa ideia é ter uma abordagem original, cobrindo todos os aspectos com os pilotos para que eles estejam o mais bem preparados possível para o automobilismo atual", diz Stefano Domenicali, chefe da Ferrari.
Mas os planos não são só a longo prazo. Isso pelo fato de a principal novidade da Ferrari para 2010 ser um simulador recém-inaugurado em um prédio de dois andares na sede de Maranello. Até o ano passado a Ferrari alugava um simulador em Modena, que não atendia 100% às suas necessidades.
Em parceria com a Moog, empresa americana especializada em produtos para aviões, satélites, veículos espaciais e mísseis, entre outros, a Ferrari desenvolveu seu novo equipamento nos últimos dois anos.
O simulador é feito em alumínio e outros compostos, mede 8 m de largura por 8 m de comprimento e tem 6 m de altura. Na base, fica uma réplica idêntica ao cockpit do carro usado na pista, além dos computadores que produzem imagens em cinco telões ao redor do piloto, que formam um ângulo de 180, e som Dolby Surround 7.1 de 3.500 watts (menos que uma sala de cinema).
A grande evolução é que o simulador recria com fidelidade o ambiente do carro e também as diversas situações que o piloto pode ter na pista -posição do sol, sombras, temperaturas do ambiente e da pista, ventos.
"As pistas são recriadas em computador com tecnologia 3D e incluem a reprodução de objetos ao lado dos circuitos, zebras e a superfície da pista", diz Marco Fainello, um dos designers do novo "brinquedo".
No ano em que só 15 dias de treinos na pista serão permitidos antes do início do Mundial, em 14 de março, no Bahrein, o simulador será vital. "Ele não substitui o teste real, mas ajudará nos processos de criação e desenvolvimento de partes que serão usadas no carro, reduzindo custos e poupando tempo."


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