São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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São Paulo revê América com "marinheiros de 1ª viagem"

Após dez anos, equipe volta à Taça Libertadores com jogadores e treinador novatos no torneio

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe que fez da Taça Libertadores uma obsessão nos últimos dez anos colocará em campo um time verde no principal torneio de clubes da América do Sul.
O São Paulo, que estréia hoje, às 21h40, contra o Alianza, em Lima, tem no elenco só três atletas com experiência na Libertadores.
Mesmo assim, as participações de dois titulares -o zagueiro uruguaio Lugano e o atacante Grafite- foram modestas. Lugano disputou as últimas duas edições pelo Nacional (Uruguai), mas sua equipe acabou eliminada antes das semifinais.
Grafite defendeu o Grêmio em 2002 e ficou na reserva na maior parte do tempo. Na ocasião, o time gaúcho foi eliminado nas semifinais pelo paraguaio Olimpia. Já o meia reserva Vélber participou do torneio no ano passado pelo Paysandu, que caiu no mata-mata diante do Boca Juniors.
O goleiro Rogério, líder do time, também vai debutar na Libertadores neste ano. Apesar de ter ficado no banco de reservas no vice-campeonato de 1994, ele não atuou em nenhuma partida.
Entre os clubes brasileiros que disputam a Libertadores, o São Paulo é o que menos tem jogadores com experiência no torneio.
Cruzeiro e Coritiba têm, cada um, cinco jogadores com participação em Libertadores.
Santos e São Caetano mantiveram as bases das equipes vice-campeãs em 2003 e 2002, respectivamente. Do provável time titular da Vila Belmiro, só o lateral Paulo César não jogou a competição. No São Caetano, nove atletas já participaram do interclubes.
O são-paulino Cuca também é o técnico mais inexperiente da turma brasileira, sem jamais ter dirigido uma equipe na Libertadores.
Antônio Lopes, do Coritiba, levou o título com o Vasco, em 1998. Tite, do São Caetano, chegou às semifinais com o Grêmio, em 2002. O cruzeirense Luxemburgo caiu nas oitavas-de-final com o Palmeiras, em 1994, e Leão, do Santos, foi vice em 2003.
"Temos muitos marinheiros de primeira viagem. A Libertadores será muito difícil", afirma o zagueiro são-paulino Rodrigo.
Sem experiência em campo, o São Paulo aposta na tradição. O clube do Morumbi é o mais bem-sucedido do país no interclubes, com um bicampeonato (92/93) e dois vices, em 74 e 94, ano de sua última participação no torneio.
"Eu acho muito difícil ter jogadores experientes na Libertadores. Os times mais experientes devem ser os paraguaios, os bolivianos, que são os mesmos em quase todas as edições, mas isso não define um vencedor ou perdedor", afirma o supervisor de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha.
O Alianza aposta na receita que lhe deu o título nacional no Peru: um time formado por atletas jovens e experientes, que tem como destaques Farfán e Aguirre.
Cuca minimiza a questão da experiência e espera superação da equipe hoje. "É a maior competição. Você luta um campeonato inteiro para entrar na Libertadores. O São Paulo chegou e agora tem que jogar tudo o que pode."


Colaborou Paulo Cobos, da Reportagem Local

NA TV - Globo, ao vivo, às 21h40


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