São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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JUDÔ

Após ter o pior desempenho no Torneio de Paris desde 99, CBJ vê 2ª chance de justificar seu maior investimento olímpico

Brasil envia novo time à Europa para apagar maior fiasco

LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

No final de dezembro, a Confederação Brasileira de Judô anunciou um investimento recorde -R$ 465 mil- na preparação olímpica, visando um desempenho inédito nos Jogos de Atenas.
O plano, que envolve o envio de duas equipes para a disputa do Circuito Europeu -série de torneios internacionais naquele continente-, está na metade e os resultados, até agora, ficaram aquém do esperado.
O primeiro time, composto pelos vencedores da primeira final da seletiva olímpica e que disputou duas competições, volta com apenas quatro bronzes -três femininos e um masculino.
O segundo grupo, composto pelos judocas derrotados na etapa inicial da seletiva que define os titulares em Atenas, embarca hoje com o objetivo de superar essa marca nos torneios de Hamburgo (Alemanha), Budapeste (Hungria) e Leonding (Áustria).
O presidente da CBJ, Paulo Wanderley, minimizou o fato de o Brasil ter tido o pior resultado no Torneio de Paris nos último cinco anos -um bronze, obtido por Danielle Zangrando- e destacou o nível técnico da competição.
"Para os europeus, essas competições valem como pré-olímpicos. Os adversários vieram com força total. Prefiro perder em Paris e ganhar na Olimpíada", declarou o dirigente, que considerou positivo o fato de o Brasil ter terminado a competição no 16º lugar, empatado com Cuba.
Rogério Sampaio, ex-judoca e técnico da seleção que embarca hoje, diz que, em termos de resultados, "foi pouco no masculino".
Mas ressaltou que as viagens não buscam só medalhas. "No Circuito Europeu, mais importante que vencer é fazer um grande número de lutas. É fundamental que os judocas usem o intercâmbio para identificar as deficiências e corrigi-las para a Olimpíada", completou.
Questionado sobre possíveis correções de rumo na segunda metade do circuito, Sampaio foi evasivo: "Não tive contato com a comissão técnica que está lá. Assim, fica difícil falar sobre mudanças no planejamento".
Mas ele aposta na experiência de Fúlvio Miyata, Branco Zanol e Mario Sabino para sua equipe superar os resultados do primeiro time, cujos destaques eram Daniel Hernandes, Henrique Guimarães, Flávio Canto, Vânia Ishii e Edinanci Silva -os três últimos trazem um bronze na bagagem.
Enquanto isso, os críticos não perdoam. O ex-dirigente Joaquim Mamede ironizou o recorde negativo: "A nova administração assumiu falando que mudaria tudo. Mudou. Os resultados provam".


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