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Orlando, 74, zagueiro completo, morre no RJ
Ele foi campeão mundial em 1958 e teve sucesso no Boca
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Um dos maiores zagueiros da
história do futebol, Orlando Peçanha, 74, morreu ontem no
Rio após sofrer parada cardíaca, um dia depois de ser internado em hospital da zona sul do
Rio. Ele ficou conhecido por
aliar habilidade, força física e
capacidade de antecipação.
Orlando formou dupla com
Bellini na primeira conquista
da Copa do Mundo pela seleção
brasileira, em 1958, na Suécia.
Juntos, os dois jogaram no Vasco de 1955 a 1960.
O jogador teve retrospecto
excelente na seleção brasileira.
Além de conquistar um título
mundial, perdeu só uma das 34
partidas que disputou com a camisa da equipe nacional.
Na carreira, Orlando colecionou 25 vitórias com o uniforme
da seleção. O beque também
participou da Copa do Mundo
de 1966, na Inglaterra, quando
o Brasil não teve o mesmo sucesso -foi eliminado logo na
primeira fase da competição.
Orlando só não disputou o
Mundial de 1962 no Chile,
quando o Brasil ganhou o bicampeonato, por ter se transferido para o Boca Juniors.
Na Argentina, foi também reverenciado por seu futebol,
tendo sido contratado a pedido
do treinador brasileiro Vicente
Feola. Ele é considerado peça-
-chave nos títulos nacionais da
equipe em 1962 e 1964.
O jogador foi capitão do tradicional e vitorioso clube argentino e, embora nunca tenha
marcado um gol pelo Boca, era
chamado pelos torcedores do
time de ""Senhor Futebol".
Orlando voltou ao Brasil ao
deixar o Boca. Foi jogar no Santos, clube em que, ao lado de
Pelé, foi campeão paulista nas
temporadas de 1965 e 1967 e da
Taça Brasil de 1965.
Pneumonia
""Estamos consternados. Foi
muito rápido. Ele teve uma
pneumonia havia pouco tempo, mas melhorou e estava em
casa quando passou mal. Levamos o papai para o hospital na
noite de terça, mas ele acabou
tendo uma parada cardíaca pela manhã", disse Susy Peçanha,
uma das três filhas de Orlando.
O zagueiro encerrou a carreira no Vasco, em 1970. O clube
carioca iria pedir um minuto de
silêncio antes da sua estreia na
Copa do Brasil, na noite de ontem, na Paraíba.
Orlando também tentou carreira como treinador, mas não
teve muito sucesso. Foi ainda
presidente da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol. O corpo dele será velado
hoje, a partir das 10h, no cemitério São João Baptista, em Botafogo. O enterro será amanhã.
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