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Acordo de risco move juvenil argentino
da Reportagem Local
Com recém-completados 17
anos, o argentino Guillermo Coria
transita entre os participantes do
torneio Banana Bowl com prerrogativa que vai além do posto de
quarto melhor juvenil do mundo.
Coria assinou em janeiro um
contrato com a Adidas (fabricante
de material esportivo), que prevê
US$ 1 milhão em cinco anos, mas
impõe "cláusulas de risco".
No quarto ano do contrato, ele
terá de terminar 2003 entre os 100
melhores do mundo. Em 2004 -o
último do acordo-, Coria deverá
terminar entre os 50 primeiros.
""Se não, me cortam parte do dinheiro", diz, sorrindo, o argentino. ""Não me preocupo, sei que vou
estar entre os dez primeiros."
As condições do contrato são semelhantes àquelas impostas pelas
empresas às estrelas do tênis. O
norte-americano Andre Agassi,
por exemplo, terá uma redução no
dinheiro que recebe da Nike caso
termine este ano fora dos "top ten"
-hoje ele é o nono do mundo.
Mas o valor total que Coria deve
receber surpreende entre os juvenis. O primeiro contrato de Gustavo Kuerten com a Diadora, que até
hoje patrocina o brasileiro, agora o
22º do ranking, foi assinado em 94
e previa US$ 2.000 mensais.
Um ano daquele contrato de
Kuerten, feito depois de um vice-campeonato no Orange Bowl
(EUA), equivalia a 12% do que Coria deve ganhar em igual período.
O argentino, porém, vai ter três
anos de "refresco" nas quadras até
passar a ser cobrado pelo contrato.
Por enquanto, a Adidas exige
apenas que Coria esteja na equipe
argentina da Davis -nem que seja
nos treinamentos, como faz agora-, use o uniforme da marca e
participe de jogos de exibição.
Em 99, nos juvenis, ele disputará
só os principais torneios, como o
Banana Bowl -o maior da América Latina-, Wimbledon (Inglaterra) e Roland Garros (França).
O Banana Bowl começou na última segunda-feira em São Paulo,
tendo chegado à 29ª edição como
um dos oito principais torneios juvenis da Federação Internacional
de Tênis. Já abrigou, por exemplo,
estrelas como John McEnroe, Thomas Muster e o próprio Kuerten.
Coria obteve duas vitórias na
competição -a última ontem, na
segunda rodada, contra o brasileiro Jorge Souza, por 6/1 e 6/2- e
vem da conquista de um torneio
no Equador, no final de semana.
No restante da temporada, Coria
atuará em torneios profissionais
futures e challengers (os de mais
baixa premiação e pontuação no
circuito), segundo seu "manager",
Patrício Apey, que, além da carreira, coordena a equipe de apoio do
tenista, composta também por técnico e fisioterapeuta particulares.
Coria vive sozinho em Buenos
Aires -a família mora numa cidade a 400 km da capital argentina-
e largou os estudos (cursava o colegial).
(JOSÉ ALAN DIAS)
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