São Paulo, domingo, 11 de março de 2007

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Laterais da seleção testam status em confronto direto

Jogo marca novo encontro entre o canhoto Kléber, do Santos, e o destro Ilsinho, do São Paulo, na Vila Belmiro

São-paulino festeja estréia no grupo do técnico Dunga, enquanto santista vibra com volta ao time nacional depois de quatro anos


DA REPORTAGEM LOCAL

Um já experimentou o gostinho de jogar fora do Brasil, defende o time do litoral que exibe o preto e o branco como cores predominantes e tem na perna esquerda a maior arma.
O outro é uma jovem revelação do Palmeiras, que resolveu pular o muro e ir jogar pelo vizinho tricolor, e tem na perna direita o seu diferencial.
Em comum, o lateral-esquerdo Kléber, do Santos, e o ala destro Ilsinho, do São Paulo, têm o fato de terem sido convocados pelo técnico Dunga para os amistosos da seleção brasileira, marcados para os dias 24 e 27, contra Chile e Gana, respectivamente, na Suécia.
Kléber já havia sido convocado em 2003, por Carlos Alberto Parreira, quando ainda defendia o Corinthians, e demonstra entusiasmo com a nova chance.
"Naquela época, a lateral da seleção tinha um dono, que era o Roberto Carlos. Desta vez, não. Existe uma disputa, e eu estou pronto para lutar por um lugar no time titular. Na Copa de 2010, vou ter 30 anos, espero estar lá", vislumbrou o atleta, que parte para a sua sétima convocação na carreira.
Ilsinho, por sua vez, mal pôde acreditar na oportunidade. "Nem acreditei quando o Souza [meia são-paulino] me contou."
E hoje, na Vila Belmiro, os dois travarão uma batalha, que pode ser considerada um teste.
"Vai ser mesmo um teste muito bom. Ele [Kléber] é um grande jogador, sabe colocar a bola e tem um passe preciso", comentou Ilsinho, 21 anos.
Para conter os ataques do experiente Kléber, 26, Ilsinho recebeu recomendações especiais do treinador Muricy Ramalho, que ainda teceu elogios ao jogador santista.
"O Kléber não faz cruzamentos. Ele dá um passe e coloca a bola na cabeça dos seus companheiros. Ele é o melhor [lateral-esquerdo] do Brasil e um dos melhores do mundo. Joga muito e tem visão de jogo", disse o treinador são-paulino, para depois passar a árdua tarefa ao seu jovem comandado.
"O Ilsinho precisa saber marcar o Kléber com e sem a bola. É preciso ter a noção do momento certo de dar o bote. A marcação nele precisa ser perfeita", completou Muricy.
No ano passado, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro, Ilsinho levou a melhor sobre Kléber. Com um gol de Mineiro, hoje no Hertha Berlim, da Alemanha, o São Paulo bateu o Santos, na Vila, por 1 a 0.
Desdenhando do que aconteceu no passado, Kléber prefere ressaltar as qualidades do seu opositor e adotar o respeito como discurso principal.
"Estarei enfrentando um jogador de qualidade, que tem tudo pela frente para se tornar um excelente jogador da seleção. Acima de tudo, tenho que respeitá-lo", disse o santista.
Além disso, o lateral alvinegro torce para que o duelo dos selecionados de Dunga seja saudável, sem que qualquer dos dois deixe o campo machucado.
"Lealdade acima de tudo, porque ele é um companheiro que depende do futebol para ajudar seus familiares, assim como eu", explicou Kléber.
Quem sairá vitorioso na tarde de hoje na Vila Belmiro?
Kléber arrisca a resposta mais política. "Que vença o melhor. Não o melhor jogador, mas a melhor equipe." (JULYANA TRAVAGLIA E MÁRVIO DOS ANJOS)

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