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TOSTÃO
Dois bons e diferentes times
O Santos mostra mais toque de bola e um jogo mais bonito, e o São Paulo é mais forte e usa o jogo aéreo, como o Chelsea
SANTOS E SÃO PAULO são equipes
diferentes e com a mesma eficiência. O São Paulo é mais forte fisicamente, marca mais de perto
e utiliza bastante as jogadas pelo alto. Tem um estilo parecido com as
atuais e boas equipes inglesas, principalmente o Chelsea.
O Santos tem um estilo mais leve,
de mais toque de bola e mais bonito.
Parece com as antigas e boas equipes do futebol brasileiro. No passado, havia também grandes equipes
com jogadores ruins.
O São Paulo atua melhor com três
zagueiros porque, além de ter dois
alas, os volantes Josué e Souza (antes era Mineiro) marcam mais na
frente e avançam como meias. Já os
volantes do Santos, Maldonado e
Rodrigo Souto, raramente atacam.
O São Paulo tem um típico centroavante, Aloísio, que joga de costas
para o gol, preparando a bola para os
que chegam de trás. Já os dois atacantes do Santos se movimentam
bastante, abrindo espaços para os
meias que aparecem para finalizar.
Uma característica positiva dos dois
times é não ter um único artilheiro.
Fabão, Lugano e Danilo não fazem
mais falta ao São Paulo. Souza desarma muito menos do que Mineiro,
porém possui mais habilidade quando chega ao ataque, além de finalizar
melhor. Os seus cruzamentos têm
sido precisos.
Josué não sentiu a ausência de
Mineiro. Pelo contrário, está ainda
melhor, avançando mais para finalizar. Leandro também melhorou
bastante.
Os grandes destaques individuais
do Santos têm sido Fábio Costa, Cléber Santana, Zé Roberto e Kléber.
Pela primeira vez, como disse o próprio Zé Roberto, ele está atuando
mais livre, de meia ofensivo. Na Alemanha, Zé Roberto era um armador
pela esquerda, que defendia, atacava
e raramente saía do seu setor.
Na Copa de 2006, Zé Roberto jogou de volante, em uma posição que
não podia fazer o que melhor sabe,
driblar pela esquerda, próximo do
gol. Mesmo assim, jogou bem.
Bom e discreto
O Flamengo tem agora um bom
técnico e um bom time (nada especial), o que não teve nos últimos
anos. Se Ney Franco seguisse as críticas, mudaria a equipe na decisão,
sem motivo. A postura agressiva
dos jogadores, marcando por pressão desde o início da partida contra
o Madureira, não foi por acaso nem
porque os atletas estavam mais
motivados ou tiveram mais atitude.
Foi também conseqüência da estratégia do técnico.
Além de bons conhecimentos
técnicos e táticos, Ney Franco é
discreto, claro no que diz e no que
faz, não tem pose nem quer ser
melhor do que é.
Faltas e violência
Quando escrevi que os árbitros
brasileiros marcam demais faltas
inexistentes, não significa que o jogo deva ser mais ríspido. Marcar
faltas em excesso e erradamente é
uma coisa. Coibir a violência é outra. A estratégia de vários treinadores de parar as jogadas com faltas
e a violência dos jogadores precisam ser punidas com mais rigor
pelos árbitros e pelos tribunais esportivos.
Convocação
Se pudesse chamar todos os jogadores, eu não convocaria Hélton,
Ilsinho, Dudu Cearense, Diego, Rafael Sóbis e Vágner Love, todos
bons jogadores. Entrariam: Rogério Ceni, Maicon, Juninho Pernambucano (se quisesse), Zé Roberto, Fernandão e Alexandre Pato. Lucas e Daniel Carvalho seriam
os primeiros de fora do meio-campo para a frente.
Apesar de estar no início de sua
carreira, Pato é exceção. Até a Copa
de 2010, o Brasil precisa descobrir
um ótimo substituto para Ronaldo.
Pato é uma esperança.
tostao.folha@uol.com.br
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