São Paulo, domingo, 11 de março de 2007

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TOSTÃO

Dois bons e diferentes times

O Santos mostra mais toque de bola e um jogo mais bonito, e o São Paulo é mais forte e usa o jogo aéreo, como o Chelsea

SANTOS E SÃO PAULO são equipes diferentes e com a mesma eficiência. O São Paulo é mais forte fisicamente, marca mais de perto e utiliza bastante as jogadas pelo alto. Tem um estilo parecido com as atuais e boas equipes inglesas, principalmente o Chelsea.
O Santos tem um estilo mais leve, de mais toque de bola e mais bonito.
Parece com as antigas e boas equipes do futebol brasileiro. No passado, havia também grandes equipes com jogadores ruins.
O São Paulo atua melhor com três zagueiros porque, além de ter dois alas, os volantes Josué e Souza (antes era Mineiro) marcam mais na frente e avançam como meias. Já os volantes do Santos, Maldonado e Rodrigo Souto, raramente atacam.
O São Paulo tem um típico centroavante, Aloísio, que joga de costas para o gol, preparando a bola para os que chegam de trás. Já os dois atacantes do Santos se movimentam bastante, abrindo espaços para os meias que aparecem para finalizar.
Uma característica positiva dos dois times é não ter um único artilheiro.
Fabão, Lugano e Danilo não fazem mais falta ao São Paulo. Souza desarma muito menos do que Mineiro, porém possui mais habilidade quando chega ao ataque, além de finalizar melhor. Os seus cruzamentos têm sido precisos.
Josué não sentiu a ausência de Mineiro. Pelo contrário, está ainda melhor, avançando mais para finalizar. Leandro também melhorou bastante.
Os grandes destaques individuais do Santos têm sido Fábio Costa, Cléber Santana, Zé Roberto e Kléber. Pela primeira vez, como disse o próprio Zé Roberto, ele está atuando mais livre, de meia ofensivo. Na Alemanha, Zé Roberto era um armador pela esquerda, que defendia, atacava e raramente saía do seu setor.
Na Copa de 2006, Zé Roberto jogou de volante, em uma posição que não podia fazer o que melhor sabe, driblar pela esquerda, próximo do gol. Mesmo assim, jogou bem.

Bom e discreto
O Flamengo tem agora um bom técnico e um bom time (nada especial), o que não teve nos últimos anos. Se Ney Franco seguisse as críticas, mudaria a equipe na decisão, sem motivo. A postura agressiva dos jogadores, marcando por pressão desde o início da partida contra o Madureira, não foi por acaso nem porque os atletas estavam mais motivados ou tiveram mais atitude.
Foi também conseqüência da estratégia do técnico.
Além de bons conhecimentos técnicos e táticos, Ney Franco é discreto, claro no que diz e no que faz, não tem pose nem quer ser melhor do que é.

Faltas e violência
Quando escrevi que os árbitros brasileiros marcam demais faltas inexistentes, não significa que o jogo deva ser mais ríspido. Marcar faltas em excesso e erradamente é uma coisa. Coibir a violência é outra. A estratégia de vários treinadores de parar as jogadas com faltas e a violência dos jogadores precisam ser punidas com mais rigor pelos árbitros e pelos tribunais esportivos.

Convocação
Se pudesse chamar todos os jogadores, eu não convocaria Hélton, Ilsinho, Dudu Cearense, Diego, Rafael Sóbis e Vágner Love, todos bons jogadores. Entrariam: Rogério Ceni, Maicon, Juninho Pernambucano (se quisesse), Zé Roberto, Fernandão e Alexandre Pato. Lucas e Daniel Carvalho seriam os primeiros de fora do meio-campo para a frente. Apesar de estar no início de sua carreira, Pato é exceção. Até a Copa de 2010, o Brasil precisa descobrir um ótimo substituto para Ronaldo. Pato é uma esperança.


tostao.folha@uol.com.br

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