Na Copa Davis, jogos fracos tecnicamente são capazes de deixar Rafael Nadal x Novak Djokovic em segundo plano

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

QUEM GOSTA de tênis tem sempre à mão lista com os jogos favoritos. De uns tempos para cá, com Roger Federer e Rafael Nadal fazendo maravilhas, ficou fácil: final de Roma-06, final de Wimbledon-07, final de Wimbledon-08...
Além dos que cada um considera clássicos: tem Bjorn Borg x John McEnroe em Wimbledon-80, Pete Sampras x Andre Agassi no Aberto dos EUA-01 e até Goran Ivanisevic x Patrick Rafter em Wimbledon-01.
Mas quem realmente gosta de tênis e se apega a bons jogos tem a Copa Davis no radar. Porque, mesmo sem estrelas ou dinheiro, os confrontos carregam uma carga emocional tão forte que torna muitos jogos grandes histórias. Até uma primeira rodada, como a deste fim de semana, é cheia de exemplos.
O sueco Andreas Vinciguerra não jogava havia quase dois anos e meio.
Foi a aposta do capitão Mats Wilander para o duelo com Israel. No primeiro dia, enfrentou Dudi Sela, com previsão de derrota rápida, pois o israelense está na melhor fase da vida.
Sem torcida (o confronto ocorreu com portões fechados), mas em jogo tenso, Vinciguerra, que já foi o 33º do ranking, levou a definição para o quinto set. Aguentou firme, jogou 20 games, mas sucumbiu: 9/11.
No domingo, voltou para fazer o quinto e decisivo jogo. Mais confiante, ante um tenista de ranking pior do que Sela, tinha esperança. O jogo foi para o quinto set e, depois de mais 14 games, Vinciguerra perdeu.
"Se fosse jogo fora da Davis, teria desistido após o segundo set. Agora, posso dizer que não quero ver raquete na frente. Talvez nunca mais."
Em Ostrava, na República Tcheca, outro drama: o jovem francês Gilles Simon, top ten, mas ainda suspeito para muitos, tinha chance de ouro, fora de casa, de ganhar a confiança dos compatriotas -e críticos.
Mas, em jogos equilibrados, tensos, perdeu quatro tie-breaks em dois jogos e viu a França cair. "É impossível esquecer um fim de semana como este que eu tive", falou Simon.
Na Copa Davis, falando em emoção e grandes jogos, até um clássico como Rafael Nadal x Novak Djokovic pode ficar em segundo plano.

NO RIO
Mark Philippoussis é o primeiro rival de Fernando Meligeni no Rio Champions, que começa amanhã na HSBC Arena. Nesse grupo estão Jim Courier e Pat Cash. O outro tem John McEnroe, Jaime Oncins, Mikael Pernfors e Jimmy Arias.

NOS EUA
Andre Agassi jogará no circuito de veteranos, em outubro. Já Maria Sharapova volta, em duplas, no Masters Series de Indian Wells.

EM FLORIPA
A cidade recebe até amanhã o pré- -quali do Banana Bowl, na categoria 18 anos. O quali começa no sábado, e a chave principal, na segunda.

reandaku@uol.com.br


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