São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

JUCA KFOURI

Imperador sem sorte


O poderoso Timão cai antes da decisão. Eo humilde Verdão pinta como campeão


ASSIM COMO os Estaduais não servem para avaliar o poderio real dos grandes clubes brasileiros em relação ao Nacional, esta modorrenta, insensata e irritante fase classificatória do Paulistinha não serve para projetar grandes coisas, a não ser, talvez, a fragilidade de um time tão badalado como o do Corinthians, que fraqueja exatamente perto de começar a decidir.
Ao contrário do líder Palmeiras que, quase secretamente, veio se firmando, se firmando e se firmou, até ao se dar ao luxo de recuperar um zagueiro como Thiago Heleno -justiça tardia que se faz a Adilson Batista pelas mãos do Felipão.
Eram mais de 17 mil súditos da República Popular corintiana na apresentação do Imperador, uma contradição que só mesmo o Fenômeno pode explicar, ele na figura do primeiro-ministro e Andres Sanchez na de rainha da Inglaterra.
Fato é que se Ronaldo não deu sorte dia desses em visita ao Real Madrid, e bote realeza nisso, Adriano não foi mais feliz, embora não tenha se ensopado como a maioria que foi surpreendida pela tempestade que caiu sobre o estádio.
Chuva só menos ruim que o futebol apresentado pelos novos companheiros do Imperador, talvez intimidados pelo brilho da coroa.
A única alegria do corintiano no domingo foi ver o golaço de abertura de placar do Seedorf, para o Milan, na vitória contra a Fiorentina...
Porque, de resto, se há um torcedor que tem por que temer uma eliminação precoce no Paulistinha este é exatamente o corintiano, dito maloqueiro e sofredor, noutra contradição diante da riqueza prometida em seus bastidores, que vão do holandês, a Diego, ex-Santos, e Cristian, ídolo do próprio Corinthians.
É, o corintiano anda triste, Tite.

HAVELANGE DE SEMPRE
Ao defender, em entrevista ao jornalista Fábio Juppa, de "O Globo", uma anistia da dívida dos clubes pelos governos federal, estaduais e municipais, além de taxação zero, "não cobrar mais imposto disto e daquilo, porque é um oceano para o clube e uma gota d'água para a nação", João Havelange mostrou que continua o mesmo que um dia, por dívidas da CBD que não queria pagar, foi posto para fora da entidade até pelo ditador Ernesto Geisel.
Aos 95 anos, ele argumenta que "o esporte tranquiliza e é importante na educação das gerações". E na riqueza de poucos, dizemos nós, que pagamos.

blogdojuca@uol.com


Texto Anterior: Palmeiras: Treinador elogia time, mas rejeita favoritismo
Próximo Texto: São Paulo goleia e mira liderança
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.