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F-1
Piloto brasileiro tem acidente no treino da manhã, sofre ferimento profundo no pé esquerdo e passa por cirurgia
Zonta bate a 240 km/h e está fora do GP
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
FÁBIO SEIXAS
EDGARD ALVES
da Reportagem Local
O piloto brasileiro Ricardo Zonta, 23, da equipe BAR, sofreu sério
acidente ontem pela manhã, no
autódromo de Interlagos, na segunda sessão de treinos livres para
o GP Brasil, e está fora da segunda
etapa do Mundial de F-1.
Zonta, segundo boletim assinado pelo diretor médico do GP, Ailton Beraldo, às 11h45, sofreu um
ferimento transversal profundo no
pé esquerdo, que provocou duas
fissuras no tendão, lhe obrigando a
uma intervenção cirúrgica.
O piloto, que estreou na F-1 neste
ano, perdeu o controle de seu carro
na curva do Laranjinha, às 10h38, a
uma velocidade estimada de 240
km/h -nesse trecho, os freios não
são acionados, apenas acelera-se o
carro.
Aparentemente, o paranaense
perdeu aderência depois que sua
suspensão dianteira direita se
rompeu, informação não confirmada pela escuderia inglesa.
Depois de sair da pista e atravessar uma longa área de gramado,
Zonta se espatifou contra um
guard-rail, destruindo boa parte
da traseira do carro. No choque, o
extintor automático do carro acabou sendo acionado, gerando uma
nuvem de fumaça.
O acidente interrompeu o treino,
que vinha sendo liderado pelo escocês David Coulthard, da McLaren -mais tarde, seria definitivamente suspenso.
Após a chegada das equipes de
resgate, Zonta foi retirado do carro
e chegou a ficar em pé. Logo depois, ainda em pé, teve o rosto e cabeça examinados pelo médico da
FIA, Sid Watkins, e, em seguida, levado ao chão para ser imobilizado
pelos paramédicos.
De ambulância, Zonta foi transferido para o centro médico do circuito, onde passou por radiografias. O estado do pé, porém, fez os
médicos optarem pela remoção do
piloto para o hospital Duprat de
helicóptero, no Morumbi.
A intervenção cirúrgica, Tenorrafia (sutura do tendão), estava
sendo realizado com o piloto apresentando quadro estável, sem alterações neurológicas, pressão arterial 120 por 80 mmHg e pulso a 64.
Até o fechamento desta edição,
ele não havia deixado o centro cirúrgico. A perspectiva era positiva.
Segundo o relato de parentes do
piloto, ele chegou a ligar para os
pais antes de ser operado, para
tranquilizá-los. E não permitiu que
seu macacão fosse cortado pelos
médicos -justificou-se afirmando que só tinha um.
O empresário Geraldo Rodrigues, no hospital, disse que Zonta
não sabia explicar o acidente. E
que sua única atitude ao perceber
que iria bater foi fechar os olhos.
Pela gravidade da contusão,
Zonta dificilmente voltará a pilotar
antes do GP de Mônaco, daqui a
cinco semanas, perdendo além do
GP do Brasil, o de San Marino. A
BAR deverá largar com apenas um
carro, hoje, em Interlagos.
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