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FUTEBOL
Diretoria teme que a Liga Rio-SP não pague o previsto no regulamento
Corinthians pode ficar sem o prêmio do Rio-São Paulo
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os atletas do Corinthians jogam
amanhã pelo título do Torneio
Rio-São Paulo, e os dirigentes torcem pelo pagamento dos prêmios
prometidos pela Liga Rio-São
Paulo para quitar dívidas.
Mas o dinheiro corre risco de
não chegar. O presidente da Liga
Rio-SP, Eduardo José Farah, já
acenou com a possibilidade de
não repassar o valor da premiação porque o clube deve R$ 4 milhões -quantia que foi emprestada, em parcelas, durante todo o
torneio interestadual- à Federação Paulista de Futebol, que também é presidida pelo dirigente.
Segundo o regulamento do Rio-São Paulo, o campeão e o vice do
campeonato deverão receber, respectivamente, R$ 4 milhões e R$ 1
milhão pelas conquistas.
Esse dinheiro, além do prêmio
pelo título da Copa do Brasil (cerca de R$ 500 mil só pelo último
mata-mata), era dado como certo
pela diretoria corintiana, que deve direito de imagem e "bichos"
aos seus jogadores.
Mas isso até ontem, quando Farah alertou a diretoria corintiana
sobre a possibilidade de "cobrar
antecipadamente" o seu crédito.
No Corinthians, a atitude foi tomada como "retaliação". Os dirigentes do Parque São Jorge concluíram que a "pressa" de Farah
para receber o dinheiro emprestado não seria a mesma se o clube tivesse rompido com o Clube dos
13, presidido por Fábio Koff.
Adversário do dirigente gaúcho
e aliado de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, Farah tentou articular a saída do clube do Parque
São Jorge do C13.
À Folha, o vice-presidente de
futebol do Corinthians, Antonio
Roque Citadini, não quis comentar o assunto e limitou-se a dizer
que não acredita que o presidente
da FPF e da Liga Rio-SP de pagar
o prêmio previsto no regulamento do Torneio Rio-São Paulo.
"Liga e FPF não têm nada a ver.
Tenho certeza de que não haverá
nenhum problema com o pagamento dos prêmios. Vão pagar",
desconversou o vice corintiano.
Além da diretoria, os jogadores
também já estavam esperando
pelo repasse dos prêmios.
O próprio Alberto Dualib, presidente do Corinthians, prometeu
a eles que as premiações recebidas
pelas campanhas na Copa do Brasil e no Rio-São Paulo seriam integralmente repassadas para quitar
algumas dívidas.
A promessa foi feita antes das
semifinais do regional, contra o
São Caetano. Foi a forma que
Dualib arrumou para amenizar o
clima de insatisfação dos jogadores em relação ao clube.
Na época, Ricardinho e Gil confirmaram que havia atraso no pagamento dos direitos de imagem
e dos bichos, mas não quiseram
quantificar o valor das dívidas.
"Atrasar alguns dias é normal.
Não temos que falar sobre isso",
declarou, na época, Gil.
Ontem, no penúltimo treino antes da final do Rio-SP, o técnico
Carlos Alberto Parreira minimizou os problemas que o time enfrenta fora de campo.
"Quero dar os parabéns para os
meus atletas, que resistiram à perda de importantes jogadores e a
outros problemas e estão perto do
título", disse o treinador corintiano, que completou: "Dependemos de dois empates para nos
consagrarmos nesta temporada.
O resto pouco interessa agora".
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