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São Paulo, domingo, 11 de maio de 2003

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FUTEBOL

Com pouco público, Flamengo e Fluminense não cobrem nem as despesas com as rendas que obtêm no Brasileiro

Maracanã dá prejuízo para times do Rio

RICARDO WESTIN
DA SUCURSAL DO RIO

O Maracanã é motivo de orgulho para os cariocas, mas é causa de dor de cabeça para duas equipes do Rio. A um mês de completar 53 anos, o estádio virou prejuízo para Flamengo e Fluminense.
Como os estádios da Gávea e das Laranjeiras, que podem abrigar respectivamente 7.000 e 8.000 torcedores, estão bem longe do mínimo de 15 mil lugares exigido pela CBF para receber jogos do Brasileiro, as equipes precisam alugar o Maracanã.
O Vasco não passa por essa situação porque o estádio de São Januário comporta 40 mil fãs.
Das sete partidas que disputou no Maracanã neste ano pela Copa do Brasil e pelo Brasileiro, o Flamengo terminou no vermelho em quatro, com prejuízos variando de R$ 8.000 a R$ 52 mil. O Fluminense, apesar de não divulgar seus borderôs, informa que enfrenta dificuldade semelhante.
O problema é que a torcida muitas vezes é pequena demais para as dimensões do Maracanã, que pode receber até 105 mil pessoas. "Para o clube não ter prejuízo, é preciso ter pelo menos 20 mil torcedores no estádio", afirma Sérgio Emilião, vice-presidente da Suderj, a autarquia estadual responsável pelo estádio.
Nem mesmo o principal clássico carioca é garantia de Maracanã cheio. No primeiro Fla-Flu das semifinais do Estadual-2003, que foi visto por 16 mil torcedores, os dois clubes tiveram que amargar um prejuízo de R$ 8.000 cada um.
"Partida de futebol não é mais atração aqui no Rio, virou lugar-comum. Além disso, alguns jogos acontecem à noite, no meio da semana, e são transmitidos pela TV. As pessoas preferem ver em casa", diz o vice-presidente de finanças do Fluminense, Renato Zoletti.
O aluguel do Maracanã pode chegar a R$ 75 mil. A taxa varia conforme a expectativa de público para a partida e cobre, basicamente, o que é gasto com funcionários e energia elétrica. Além disso, o clube tem que pagar por seguro, exames antidoping, arbitragem, confecção de ingressos e manutenção de roletas.
Segundo a Suderj, as dívidas de Flamengo e Fluminense pelo uso do estádio este ano somam R$ 236 mil e foram parceladas. "A taxa do Maracanã é a mais barata entre os grandes estádios do Brasil", diz o secretário estadual de Esportes do Rio e presidente da Suderj, Francisco de Carvalho. "O problema é que os clubes exageram nas cortesias. Num jogo recente com 15 mil pagantes, 7.000 ingressos foram de cortesia. É claro que assim não terão lucro", afirma.


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