São Paulo, sexta-feira, 11 de maio de 2007

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Mamedes criticam seletivas e dizem que judô vive retrocesso

Ex-comandantes da CBJ, pai e filho defendem duelo direto por vaga em torneio

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Os homens que dirigiram o judô de 1979 a 2001 observam à distância a polêmica das seletivas para o Pan. Joaquim Mamede e seu filho dizem que o esporte vive um retrocesso.
A CBJ, a confederação brasileira da modalidade, recruta judocas com base na análise da atuação dos candidatos em torneios desde dezembro. Não há só o confronto direto pela vaga.
Os critérios indefinidos geraram oposição de alguns atletas. A lista com o nome dos judocas que irão ao Pan será anunciada hoje pela comissão técnica.
Antes contestados por judocas pela administração à frente da CBJ (e condenados pelo Tribunal de Contas da União por inadimplência da entidade), os Mamede, agora, contestam.
"Eles [a CBJ] vão afundar o judô brasileiro. A disputa tem que ser de um com o outro, direto. O melhor leva a vaga. Não tem essa de o técnico escolher [quem irá ao Pan]. É um grande erro", diz Joaquim Mamede.
O filho, que sucedeu o pai na confederação, mantém o tom. "Até [a Olimpíada de] Seul-88, a seletiva era a mesma de agora, com base na observação. Fomos criticados por atletas, até o Aurélio [Miguel, então desafeto]. Mudamos para confronto direto, em melhor de cinco lutas. O judô vive um retrocesso", diz Joaquim Mamede Júnior.
Ele aponta que, com a seletiva sem confronto direto pela vaga, a CBJ evitou uma saia justa. "Para evitar o duelo do Flávio [Canto] com o Tiago [Camilo], puseram os dois no Pan, para não ter dor de cabeça."
Canto e Camilo são da mesma categoria, a meio-médio (até 81 kg). A CBJ anunciou no sábado que, no Pan, Camilo atuará nos médios (até 90 kg). E confirmou Carlos Honorato como o titular dos médios no Mundial (13 a 16 de setembro), para o qual Canto e Camilo lutarão pela vaga da meio-médio.
"Querem bonificar o Tiago com a vaga no Pan, já pensando na possível não-classificação dele ao Mundial. Não concordo que o Flávio não lute pela vaga", declara Mamede Jr.
O coordenador técnico da CBJ, Ney Wilson Pereira, fala que o Brasil adota seletiva semelhante à de França, Alemanha, Itália e Inglaterra. "Os judocas treinam para enfrentar os melhores atletas de fora do país. É o grande objetivo: ter os atletas mais bem preparados."
Além de Canto e Camilo, vão ao Pan Leandro Guilheiro (até 73 kg) e Luciano Correa (até 100 kg). As dúvidas são nos pesos até 60 kg (Denilson Lourenço ou Alexandre Lee), até 66 kg (o campeão mundial João Derly ou Leandro Cunha) e acima de 100 kg (João Gabriel Schilliter e Daniel Hernandes).
Das sete categorias no feminino, a vaga está aberta na até 63 kg, entre Daniele Yuri e Vânia Ishii, que foi aos últimos três Pans. As classificadas são Daniela Polzin (até 48 kg), Erika Miranda (até 52 kg), Danielle Zangrando (até 57 kg), Mayra Aguiar (até 70 kg), Edinanci Silva (até 78 kg) e Priscila Marques (acima de 78 kg).


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