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Mamedes criticam seletivas e dizem que judô vive retrocesso
Ex-comandantes da CBJ, pai e filho defendem duelo direto por vaga em torneio
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
Os homens que dirigiram o
judô de 1979 a 2001 observam à
distância a polêmica das seletivas para o Pan. Joaquim Mamede e seu filho dizem que o
esporte vive um retrocesso.
A CBJ, a confederação brasileira da modalidade, recruta judocas com base na análise da
atuação dos candidatos em torneios desde dezembro. Não há
só o confronto direto pela vaga.
Os critérios indefinidos geraram oposição de alguns atletas.
A lista com o nome dos judocas
que irão ao Pan será anunciada
hoje pela comissão técnica.
Antes contestados por judocas pela administração à frente
da CBJ (e condenados pelo Tribunal de Contas da União por
inadimplência da entidade), os
Mamede, agora, contestam.
"Eles [a CBJ] vão afundar o
judô brasileiro. A disputa tem
que ser de um com o outro, direto. O melhor leva a vaga. Não
tem essa de o técnico escolher
[quem irá ao Pan]. É um grande
erro", diz Joaquim Mamede.
O filho, que sucedeu o pai na
confederação, mantém o tom.
"Até [a Olimpíada de] Seul-88,
a seletiva era a mesma de agora,
com base na observação. Fomos criticados por atletas, até o
Aurélio [Miguel, então desafeto]. Mudamos para confronto
direto, em melhor de cinco lutas. O judô vive um retrocesso",
diz Joaquim Mamede Júnior.
Ele aponta que, com a seletiva sem confronto direto pela
vaga, a CBJ evitou uma saia justa. "Para evitar o duelo do Flávio [Canto] com o Tiago [Camilo], puseram os dois no Pan, para não ter dor de cabeça."
Canto e Camilo são da mesma categoria, a meio-médio
(até 81 kg). A CBJ anunciou no
sábado que, no Pan, Camilo
atuará nos médios (até 90 kg).
E confirmou Carlos Honorato
como o titular dos médios no
Mundial (13 a 16 de setembro),
para o qual Canto e Camilo lutarão pela vaga da meio-médio.
"Querem bonificar o Tiago
com a vaga no Pan, já pensando
na possível não-classificação
dele ao Mundial. Não concordo
que o Flávio não lute pela vaga",
declara Mamede Jr.
O coordenador técnico da
CBJ, Ney Wilson Pereira, fala
que o Brasil adota seletiva semelhante à de França, Alemanha, Itália e Inglaterra. "Os judocas treinam para enfrentar
os melhores atletas de fora do
país. É o grande objetivo: ter os
atletas mais bem preparados."
Além de Canto e Camilo, vão
ao Pan Leandro Guilheiro (até
73 kg) e Luciano Correa (até
100 kg). As dúvidas são nos pesos até 60 kg (Denilson Lourenço ou Alexandre Lee), até 66
kg (o campeão mundial João
Derly ou Leandro Cunha) e acima de 100 kg (João Gabriel
Schilliter e Daniel Hernandes).
Das sete categorias no feminino, a vaga está aberta na até
63 kg, entre Daniele Yuri e Vânia Ishii, que foi aos últimos
três Pans. As classificadas são
Daniela Polzin (até 48 kg), Erika Miranda (até 52 kg), Danielle Zangrando (até 57 kg), Mayra Aguiar (até 70 kg), Edinanci
Silva (até 78 kg) e Priscila Marques (acima de 78 kg).
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