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Troféu Maria Lenk tem maiô como protagonista
Dos 34 atletas que bateram marcas sul-americanas no torneio, 27 usavam Jaked
Por falta de distribuição adequada, traje italiano acabou ofuscado pelo LZR na Olimpíada, mas, neste ano,
virou febre entre nadadores
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Ele entrou na água em quase
todas as baterias do Troféu Maria Lenk, vestiu recordistas
brasileiros, sul-americanos e
até mundial e figurou na maior
parte dos pódios do torneio.
Vermelho, laranja, dourado,
prateado, rosa, cinza ou preto, o
maiô da Jaked roubou a cena
no torneio que definiu a equipe
brasileira que disputará o Mundial de Roma, em julho.
No Rio, a peça vestiu 27 dos
34 atletas que bateram as marcas sul-americanas. Foi escolhida também por Felipe França para superar o recorde dos
50 m peito, o primeiro de um
brasileiro em piscina olímpica
(de 50 m) desde Ricardo Prado
nos 400 m medley, em 1982.
Feito com uma camada de
poliuretano, o traje, dizem nadadores, ajuda na flutuabilidade. Também se ajusta bem ao
corpo, embora alguns atletas
tenham reclamado da entrada
de água nele nas provas.
"Confesso que esse maiô deu
uma ajuda. Parecia que havia ligado um turbo no final da prova", disse Gabriel Mangabeira,
usando o Jaked vermelho emprestado por Henrique Barbosa, após assegurar vaga no
Mundial de Roma, em julho.
A opção pelos trajes gerou situações curiosas no Maria
Lenk, que acabou com 15 brasileiros entre os dez melhores
dos rankings de suas provas.
Na eliminatória dos 200 m
peito, por exemplo, Tatiane Sakemi, de Jaked, bateu o recorde
sul-americano (2min29s46).
Na final, a atleta usou LZR e
piorou quase quatro segundos.
Sakemi disse que foi sua postura, e não o traje, que a prejudicou: "Na eliminatória, eu fui
para bater o recorde. Na final,
nadei para cumprir tabela".
Carolina Mussi competiu de
Speedo e se classificou com o
quarto tempo (2min37s18). Na
final, de Jaked, cravou
2min27s42, recorde sul-americano. Vai nadar em Roma.
Kaio Márcio foi um dos poucos que não bateram recorde de
Jaked. Usou Blueseventy, mas
gostaria de provar a nova coqueluche. "No Mundial, vamos
ter acesso a essa roupa [Jaked].
Aí vou ver qual prefiro."
César Cielo também optou
por outro traje para superar as
marcas dos 50 m e 100 m livre.
Tem modelo exclusivo da Arena. "Os maiôs tecnológicos ajudam sim, não dá para negar."
Muitos atletas não tinham
nem visto o Jaked antes do Maria Lenk. Alguns compraram as
peças no exterior e viraram revendedores no torneio -o custo era de cerca de US$ 550.
Fabíola Molina e Diogo Yabe,
radicados na Itália, berço da
empresa, tiveram cerca de 30
clientes para a competição.
A distribuição era um problema para a Jaked, fornecedora
da Itália, nos Jogos de Pequim.
A marca foi ofuscada pelo LZR
(Speedo), que vestiu a maioria
dos recordistas. Neste ano, a fábrica o espalhou pelo mundo e
foi sensação em Espanha,
França, Dinamarca, Suíça, Holanda. E, agora, do Brasil.
"O maiô é só um dos fatores
[para resultados]. É preciso ter
cuidado para não perder o foco", disse Ricardo de Moura,
supervisor técnico da seleção.
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