O Trentino é hoje o melhor do mundo, mas, no domingo, o time exibiu que super-heróis podem ter dias de humanos

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

QUAL O melhor time de vôlei do mundo? A resposta esta lá na Itália: o Trentino, dos brasileiros Leandro Vissotto, Rapha e Riad. OK, a equipe tropeçou no domingo na final do Campeonato Italiano, mas ganhou todos os outros torneios que disputou: Mundial, Copa Itália e Champions League.
Como escreveu Vissotto em seu Twitter, "acabar uma temporada tão vencedora com uma derrota tem gosto ruim". Por participar de tantos torneios, o time sofreu com um calendário apertado: disputou uma média de um jogo importante a cada três dias. Haja preparo físico!
O Trentino também teve um grande desfalque. O levantador Rapha, um dos destaques do time, sofreu uma fratura no dedinho da mão direita e ficou fora da fase final da Champions League e do Italiano.
Quem entrou no lugar dele foi o polonês Lukasz Zygadlo. O time perdeu velocidade.
A fórmula do Trentino é a seguinte: um ataque poderoso, um saque destruidor e uma equipe fisicamente muito forte. O time tem três grandes atacantes: Vissotto, o búlgaro Matey Kaziyski e o cubano Osmany Juantorena. Com exceção de Rapha, todos os titulares medem mais de dois metros.
Os dois centrais são da seleção italiana: Emanuele Birarelli e Andrea Sala. Mas o craque é mesmo Juantorena, 24. Muito técnico, habilidoso, segura bem a onda na recepção e tem um saque que mete medo nos adversários. No Mundial de Clubes, teve o melhor saque do torneio.
O cubano está disputando a sua primeira temporada na Itália. Nos dois anos anteriores, passou por um inferno astral. Ficou sem jogar porque foi suspenso pela Federação Internacional de Vôlei por causa de doping. Voltou às quadras nesta temporada pelo Trentino.
OK, mas nada disso funcionou na final do Campeonato Italiano, disputada pela primeira vez em uma única partida. O time realizou um primeiro set perfeito, com um saque poderoso que rendeu cinco aces, mas parou aí. Errou mais ataques do que o Cuneo e mostrou que os super-heróis têm dias de humanos.

DECISÃO NA RÚSSIA
Para os fãs da Paula Pequeno e da Walewska, hoje é dia de muita torcida. O Odintsovo, time das brasileiras, vai disputar a final do Campeonato Russo com o Dínamo de Moscou. O Odintsovo havia perdido os dois primeiros confrontos, mas venceu os dois últimos e levou a decisão para o quinto jogo.

FABIANA DEIXA O RIO
A central, um dos pilares da seleção campeã olímpica, e a oposto Joycinha vão enfraquecer o time do técnico Bernardinho. As duas acertaram por um ano com o Vôlei Futuro, de Araçatuba (interior paulista), o time comandado por William Carvalho, da geração de prata.

cidasan@uol.com.br


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