São Paulo, segunda, 11 de maio de 1998

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FUTEBOL
Corintianos elogiam atuação do meia são-paulino e não contestam título paulista conquistado pelo rival
Para Luxemburgo, "Raí fez a diferença'

FERNANDO MELLO
MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local


O meia Raí foi o ponto de desequilíbrio na decisão de ontem. Essa é a opinião do técnico Wanderley Luxemburgo, que completou 46 anos ontem, e dos jogadores corintianos.
O meia são-paulino, contratado junto ao PSG, da França, fez o primeiro gol, de cabeça, e deu o passe para França fazer o segundo.
Luxemburgo disse que, enquanto se falava que o meia poderia atrapalhar o São Paulo pela falta de entrosamento, ele sabia que a entrada do jogador mudaria positivamente a equipe adversária.
"O Raí tem uma identificação muito forte com a torcida do São Paulo. Ele já conquistou vários títulos e foi fundamental para a conquista do Paulista", disse o técnico Wanderley Luxemburgo, no vestiário, após o jogo.
Para o treinador, os jogadores do São Paulo se sentiram amparados com a presença do meia, que tem 32 anos. "Ele chamou a responsabilidade. É experiente e vencedor. Raí fez a diferença."
O treinador disse que colocou o volante Romeu para marcar o meia, mas não conseguiu parar o adversário. "O Raí estava em uma tarde muito inspirada. O Romeu não conseguiu neutralizá-lo. E ninguém conseguiria", afirmou.
Para o meia Rincón, que se apresenta amanhã à seleção colombiana, Raí é um jogador de excelente qualidade, que teve mais espaço ontem porque o Corinthians recuou demais.
"Quando o time está muito atrás, facilita a marcação do adversário e acaba dando muita liberdade a jogadores habilidosos como o Raí", disse.
O atacante Didi, autor do único gol corintiano ontem e artilheiro do time com sete gols, disse que sabia que Raí era um jogador de decisão.

Gol decisivo
Para Luxemburgo, o segundo gol do São Paulo definiu a partida. "O time sentiu muito o primeiro gol do França. Não tivemos poder de reação depois disso. Conseguimos empatar, mas não seguramos o resultado. Talvez, se o time tivesse conseguido manter o empate por mais tempo, o São Paulo ficaria pressionado para marcar o gol. E aí o resultado poderia ter sido diferente", disse.
O lateral Silvinho concorda. "O segundo gol deles nos desestabilizou. Foi como o que o Cris (zagueiro do Corinthians, autor do gol da vitória no primeiro jogo da decisão) fez, que desmontou a equipe deles."

Título merecido
Para os corintianos, o título do São Paulo foi justo. "A equipe deles jogou o que tinha jogado durante todo o campeonato. Eles mereceram o título porque foram os melhores do torneio", disse Wanderley Luxemburgo.
Para Mirandinha, que não conseguiu repetir a boa atuação da primeira partida das finais, o Corinthians jogou muito mal no primeiro tempo e subiu de produção no segundo, até o momento do empate.
"Embora tenhamos voltado a cair de produção, não podemos tirar o mérito do São Paulo, que fez por merecer", afirmou. "Não temos o que contestar. O São Paulo merecia vencer", disse o meia Marcelinho.
"O nosso time também está de parabéns. Começamos desacreditados e conquistamos o vice-campeonato. A equipe não se omitiu, nem foi desleal. A decisão de hoje (ontem) deve servir como exemplo", afirmou Luxemburgo.



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