MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para devolver o lateral-direito Daniel à Ponte Preta, o Corinthians terá de devolver também o zagueiro Fábio Luciano.
A exigência está sendo feita pela diretoria do clube de Campinas, que alega ter fechado um pacote com o diretor de futebol do Corinthians, Carlos Nujud, no final do ano passado, envolvendo os passes dos dois jogadores.
Fábio Luciano, segundo os dirigentes da Ponte, só fica no Parque São Jorge se os corintianos pagarem os R$ 4 milhões da negociação que inclui também Daniel.
O acordo entre os clubes, que envolveu ainda a cessão do passe do zagueiro André Santos à Ponte Preta, previa a devolução dos atletas no próximo dia 30, caso eles viessem a ser reprovados pela comissão técnica corintiana.
""Realmente negociamos um pacote, mas ninguém falou na época que ficaríamos impedidos de fazer a devolução parcial", afirmou Nujud.
""O esquema foi com os dois atletas. Se o Corinthians quiser ficar só com o Fábio Luciano, terá de fazer uma nova negociação. Se o clube não quiser arrematar os dois, cada um terá um preço diferente. O Fábio Luciano valorizou", disse Cláudio Henrique Albuquerque, do departamento de futebol profissional da Ponte.
Flamengo e São Paulo já teriam procurado o clube de Campinas para tentar comprar o zagueiro.
Daniel e Fábio Luciano foram contratados por terem se destacado no Campeonato Brasileiro do ano passado. Chegaram ao Corinthians, juntamente com o zagueiro Adílson -que estava no Japão e custou R$ 3,2 milhões-, para reforçar o time no Mundial de Clubes da Fifa, em janeiro último.
""Essa posição da Ponte não significa que não estejamos querendo o Daniel de volta. Se ele for devolvido, será excelente para reforçarmos o nosso time no Brasileiro. Mas, na época da negociação, o valor englobava ambos os passes. Não há como dividir o preço agora para a devolução. Não foi estabelecida uma cota para cada um", explicou Albuquerque.
A chance de Daniel continuar no Parque São Jorge é pequena não apenas em razão das críticas por seu desempenho em campo, mas sobretudo pelo fato de ele ter agredido o ex-diretor da torcida organizada Gaviões da Fiel Osires Carlos Furtado após a eliminação pelo Palmeiras na Libertadores, na última terça-feira.
""Ele (Daniel) não tinha o direito de dar um murro, mesmo tendo sido xingado pelo torcedor. Tinha era que baixar a cabeça e entrar no ônibus", disse o presidente da Gaviões, José Cláudio de Almeida Moraes, o Dentinho.
""Nada justifica a violência. A diretoria do Corinthians repudia esse tipo de atitude. Nada justifica um atleta agredir um torcedor ou vice-versa", concordou Nujud.


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