São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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GRUPO F/ AMANHÃ

Desdém de Menotti, técnico de 78, estimula equipe em jogo de "vida ou morte"

Por vaga, Argentina combate descrédito e retranca sueca

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA

Quando as coisas vão bem, só aplausos, mas quando vão mal... Declarações de Cesar Luis Menotti serviram para tumultuar ainda mais o ambiente entre os jogadores argentinos, que precisam vencer na madrugada de amanhã, às 3h30, a Suécia, para passar às oitavas-de-final da Copa do Mundo, sem depender do resultado da Inglaterra diante da Nigéria.
O técnico campeão com a Argentina em 1978 e atualmente comentarista de uma TV mexicana criticou o time, irritando Marcelo Bielsa e seus comandados.
Disse, entre outras coisas, que os argentinos não têm atuado bem nesses últimos anos, apresentam pouca força ofensiva e que a campanha do país das eliminatórias sul-americanas, quando terminaram em primeiro -à frente de Equador, Brasil, Paraguai e Uruguai-, foi ilusória.
Já pressionados pela necessidade de ganharem dos suecos, os argentinos, que antes da Copa chegaram ao Japão como um dos favoritos, consideraram inoportunos os comentários de Menotti.
"É fácil falar depois de um mau resultado [derrota de 1 a 0 para a Inglaterra], mas quando ganhamos as eliminatórias só escutávamos elogios. Futebol é assim, se passarmos pela Suécia e nos classificarmos, quem hoje nos critica vai esquecer o que disse", declarou o goleiro Cavallero.
Já Bielsa, em entrevista a uma emissora de TV dinamarquesa, preferiu cutucar Menotti. Lembrou que a Argentina, em 1978, perdeu para a Itália jogando em casa e terminou a primeira fase da Copa em segundo de seu grupo. Mesmo assim, o time dirigido por Menotti se sagrou campeão e o ex-treinador ""parece ter se esquecido daquela derrota".
Para Gabriel Batistuta, 33, autor do único gol do time até aqui -vitória por 1 a 0 na estréia contra a Nigéria-, o jogo contra os suecos virou de ""vida ou morte". "Será o mais importante para mim, não quero me despedir desclassificado na primeira fase", disse ele, que anunciou que após a Copa pára de jogar pela seleção.
Os suecos, sabendo da importância que a partida tem para os rivais -""a pressão vai estar toda sobre eles", disse o técnico Lars Lagerback-, pretendem se fechar na defesa e explorar os contra-ataques. ""Se o gol não sair nos primeiros 15 minutos, a tendência é eles começarem a perder o controle. Partem com mais ímpeto ainda e abrem espaços lá atrás. Temos que aproveitar."
O técnico argentino, aparentemente, também vê o jogo assim. "Deve ser como no segundo tempo [da Argentina" contra a Inglaterra. Eles vão se fechar e nós temos que tentar achar um gol", afirmou Bielsa, que deve colocar o meia Aimar, que entrou no lugar de Verón no intervalo do último jogo, como titular.
Principal estrela do time, Verón foi muito mal contra os ingleses, e pode começar agora na reserva.



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