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GRUPO F/ AMANHÃ
Desdém de Menotti, técnico de 78, estimula equipe em jogo de "vida ou morte"
Por vaga, Argentina combate descrédito e retranca sueca
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA
Quando as coisas vão bem, só
aplausos, mas quando vão mal...
Declarações de Cesar Luis Menotti serviram para tumultuar ainda
mais o ambiente entre os jogadores argentinos, que precisam vencer na madrugada de amanhã, às
3h30, a Suécia, para passar às oitavas-de-final da Copa do Mundo,
sem depender do resultado da Inglaterra diante da Nigéria.
O técnico campeão com a Argentina em 1978 e atualmente comentarista de uma TV mexicana
criticou o time, irritando Marcelo
Bielsa e seus comandados.
Disse, entre outras coisas, que
os argentinos não têm atuado
bem nesses últimos anos, apresentam pouca força ofensiva e
que a campanha do país das eliminatórias sul-americanas, quando terminaram em primeiro -à
frente de Equador, Brasil, Paraguai e Uruguai-, foi ilusória.
Já pressionados pela necessidade de ganharem dos suecos, os argentinos, que antes da Copa chegaram ao Japão como um dos favoritos, consideraram inoportunos os comentários de Menotti.
"É fácil falar depois de um mau
resultado [derrota de 1 a 0 para a
Inglaterra], mas quando ganhamos as eliminatórias só escutávamos elogios. Futebol é assim, se
passarmos pela Suécia e nos classificarmos, quem hoje nos critica
vai esquecer o que disse", declarou o goleiro Cavallero.
Já Bielsa, em entrevista a uma
emissora de TV dinamarquesa,
preferiu cutucar Menotti. Lembrou que a Argentina, em 1978,
perdeu para a Itália jogando em
casa e terminou a primeira fase
da Copa em segundo de seu grupo. Mesmo assim, o time dirigido
por Menotti se sagrou campeão e
o ex-treinador ""parece ter se esquecido daquela derrota".
Para Gabriel Batistuta, 33, autor
do único gol do time até aqui
-vitória por 1 a 0 na estréia contra a Nigéria-, o jogo contra os
suecos virou de ""vida ou morte".
"Será o mais importante para
mim, não quero me despedir desclassificado na primeira fase",
disse ele, que anunciou que após
a Copa pára de jogar pela seleção.
Os suecos, sabendo da importância que a partida tem para os
rivais -""a pressão vai estar toda
sobre eles", disse o técnico Lars
Lagerback-, pretendem se fechar na defesa e explorar os contra-ataques. ""Se o gol não sair nos
primeiros 15 minutos, a tendência é eles começarem a perder o
controle. Partem com mais ímpeto ainda e abrem espaços lá atrás.
Temos que aproveitar."
O técnico argentino, aparentemente, também vê o jogo assim.
"Deve ser como no segundo tempo [da Argentina" contra a Inglaterra. Eles vão se fechar e nós temos que tentar achar um gol",
afirmou Bielsa, que deve colocar o
meia Aimar, que entrou no lugar
de Verón no intervalo do último
jogo, como titular.
Principal estrela do time, Verón
foi muito mal contra os ingleses, e
pode começar agora na reserva.
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