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FUTEBOL
Time de Parreira inicia preparação para a Copa das Confederações, que reunirá ainda Alemanha e Argentina
Na Europa, seleção desafia retrospecto contra campeões
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A LEVERKUSEN
Tida como favorita até pelo comedido Carlos Alberto Parreira, a
seleção brasileira que chega hoje à
Alemanha, para a Copa das Confederações, terá de superar seus
retrospecto recente se quiser fazer
valer a propalada vantagem.
Ganhar o torneio, que começa
na próxima quarta-feira, significará superar rivais que viraram
uma pedra no sapato depois que
Parreira assumiu a equipe pela
terceira vez, em 2003. Entre os oito participantes, estão, além do
Brasil, outros dois ex-campeões
mundiais: os donos da casa e a Argentina. E, nos superclássicos do
futebol mundial, o time nacional
vem muito mal.
Desde o início da nova era Parreira, a seleção disputou oito jogos contra rivais que já ganharam
a Copa do Mundo. Só conseguiu
vencer uma vez, empatou seis e
perdeu uma. A Argentina foi o
oponente tanto na vitória como
na derrota -esta, por 3 a 1, na última quarta-feira, na casa dos vizinhos, foi também a pior em número de gols da história do treinador na seleção.
"Perder da Argentina em Buenos Aires não nos levou ao inferno", disse Parreira. Se é difícil discordar do técnico, é igualmente
fato que desde que reassumiu ele
não foi capaz de fazer seu time
vencer nem ex-campeões mundiais decadentes. Foram três jogos com o Uruguai, que está fora
da zona de classificação à Copa-06, todos sem vencedor. Parreira
ainda empatou com Alemanha e
França em amistosos.
Com esse currículo, o time tem
aproveitamento de apenas 37,5%
diante de rivais que já ganharam a
maior competição do futebol. Essa marca fica muito abaixo do desempenho obtido contra os outros adversários.
Sob a batuta de Parreira, o Brasil
teve uma performance de 71%
contra rivais "virgens" em título
de Copa do Mundo.
Um dado é chave para referendar a queda de desempenho da
seleção diante de potências do futebol: até o atual técnico assumir o
time, as vitórias do Brasil sobre
esses adversários representavam
45% dos resultados.
De 2003 para cá, o percentual
caiu para 12%. A exemplo do Brasil alemães e argentinos jogarão a
Copa das Confederações com
seus times quase completos,embora, dos três, as maiores baixas
estejam do lado da seleção (Ronaldo, Roberto Carlos e Cafu).
Alemanha e Argentina só podem
enfrentar o Brasil nas semifinais
ou na decisão. Mas, na primeira
fase, o time terá adversários de
médio porte, que também endureceram recentemente.
Na última Copa das Confederações, em 2003, por exemplo, o time da camisa amarela caiu logo
na primeira fase, em um grupo
que tinha Camarões, EUA e Turquia, todos na época entre os top
20 do ranking de seleções da Fifa.
Agora, novamente terá adversários sem grande tradição. A Grécia, rival da estréia, na próxima
quinta-feira, em Leipzig, é hoje a
12ª colocada na lista elaborada pela entidade. O México é o sétimo,
e o Japão aparece em 17º.
Na verdade, o que turbina o
aproveitamento de Parreira em
sua terceira passagem pela seleção são os jogos contra seleções
nanicas. O time só marcou cinco
vezes em jogo contra rivais que
nem são reconhecidos pela Fifa
(Catalunha), que nunca jogaram
uma Copa (Venezuela e Hong
Kong) ou que estão hoje em absoluto estado de miséria (Haiti).
Depois de três edições em que
tratou a Copa das Confederações
com absoluto descaso, o Brasil leva a coisa mais a sério na Alemanha. Para Parreira, a competição é
importante porque é "um torneio
da Fifa". Parece ter esquecido que
já o era dois anos atrás, quando levou à França uma equipe formada basicamente por reservas.
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