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AUTOMOBILISMO
Jean Todt quer aproveitar má fase no Mundial para acelerar renovação e pôr outro brasileiro na equipe
Ferrari corre por Massa, não Barrichello
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MONTRÉAL
Rompido com Michael Schumacher desde o GP de Mônaco,
há três semanas, Rubens Barrichello enfrenta agora um outro
obstáculo para sua permanência
na Ferrari em 2005. Jean Todt, diretor do time italiano, já trabalha
para colocar Felipe Massa ao lado
do alemão no próximo Mundial.
O objetivo do francês é aproveitar a má fase para apressar o processo de renovação da escuderia.
Em 31 de dezembro de 2006 acabam os contratos dos homens-chave da equipe, entre eles Barrichello e Schumacher. E a Ferrari é
a única entre as principais participantes do campeonato a não contar com um programa de formação de novos pilotos.
Massa, em princípio, seria um
paliativo. Kimi Raikkonen e Valentino Rossi contam com a preferência de Todt para 2007. Mas
caso o brasileiro acerte com o time e faça um bom Mundial no
ano que vem, pode ser mantido.
Desde 2001, quando conquistou
o título da F-3000 européia, o piloto mantém relações estreitas
com Maranello e com o francês.
Foi a Ferrari que o colocou na
Sauber, sua parceira, em 2002. No
ano seguinte, Massa trabalhou como piloto de testes ferrarista, para
ganhar quilometragem. Em 2004,
foi recolocado na Sauber e anunciou um novo empresário: Nicolas Todt, filho do dirigente.
Não bastasse o desejo pessoal e
os interesses financeiros de Todt,
o iminente anúncio da parceria
entre BMW e Sauber pode acelerar a renovação ferrarista. A montadora já deixou claro que quer
pilotos alemães, o que deixaria
Massa a pé no próximo ano.
Ontem, em Montréal, após os
primeiros treinos para o GP do
Canadá, oitava etapa da temporada, Massa admitiu que está de
olho em uma vaga na Ferrari.
"Eu acredito que o Rubinho fica
por lá. Mas, se ele sair, é claro que
tenho interesse", declarou.
Coincidência ou fruto da pressão interna, Barrichello voltou a
lançar declarações fortes, incisivas, sobre seu futuro na equipe.
Depois de dizer em Nurburgring, há duas semanas, que não
considera mais Schumacher seu
companheiro de time, em Montréal o brasileiro afirmou que suas
chances de continuar na escuderia após 2006 são de 50%.
"Há vida fora da Ferrari, e tudo
pode acontecer. Como já ocorreu
no passado, eu falo com outras
pessoas na F-1, e a Ferrari conversa com outros pilotos", afirmou,
em entrevista à ITV, emissora inglesa que transmite a categoria.
A declaração ganhou páginas
dos jornais italianos ontem, que a
distorceram, como se o piloto estivesse falando de 2005. Questionado pela Folha sobre a polêmica,
Barrichello mostrou irritação.
"Eu faço a frase em inglês, o pessoal traduz pra português e faz errado. Não tem nada a ver. Não tenho nada pra falar sobre meu futuro, e isso está começando a me
deixar antipático quanto a essas
perguntas. As pessoas não têm o
que escrever e escrevem bobeira.
Eu estou na Ferrari até o final de
2006 e, se houver razões pra continuar depois disso, vou continuar.
O resto é bobeira."
Apesar do discurso, Barrichello
já estaria conversando com Red
Bull e BAR para o próximo ano.
Christian Horner, diretor da primeira, já disse que sua experiência seria útil para o crescimento
do time. E Gil de Ferran, dirigente
da segunda, foi contemporâneo
do piloto ferrarista nos tempos de
categorias de base no Brasil e na
Europa e é seu amigo pessoal.
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