São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Ronaldo e governo sepultam polêmica

Ministro do Esporte assiste ao treino da seleção e diz que "o presidente expressou o sentimento da nação, a preocupação com a seleção"

DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN

Um dia depois da maior crise já criada por um presidente da República na seleção brasileira de futebol, os dois lados jogaram água fria na polêmica.
Pouco antes do início do treino de ontem à tarde, Ronaldo disse que o assunto estava superado. Anteontem, o jogador havia disparado contra Lula, que perguntou ao técnico Carlos Alberto Parreira se o atacante estava gordo. A questão foi feita durante uma videoconferência do presidente com a delegação brasileira, na quinta.
""Não discuti com o presidente. Só expliquei como uma má informação pode criar problemas", disse o atacante, que concedeu entrevista ontem apenas para jornalistas estrangeiros.
No dia anterior, o atacante foi duro. ""Assim como dizem que eu estou gordo, dizem que o presidente bebe pra caramba. Tanto é mentira que ele bebe pra caramba, como é mentira que eu estou gordo", disse.
Logo após a atitude do jogador, o presidente mandou um fax praticamente pedindo desculpas por ter feito a pergunta.
No final da noite de anteontem, o jogador já havia publicado, no seu site, um comentário sobre o episódio. ""Todos os brasileiros precisam estar juntos para torcer pela nossa seleção. A carta do presidente foi muito boa e mostrou que ele entendeu o que eu quis dizer. Nem sempre o que é dito a nosso respeito corresponde à verdade. Para mim, o episódio está mais do que superado."
O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, colocou, por parte do governo federal, panos quentes no assunto. ""O presidente expressou o sentimento da nação, a preocupação com a seleção brasileira."
Em seguida, ele foi questionado se, então, o peso de Ronaldo é uma preocupação da nação. ""Esse assunto está superado com a carta enviada pelo presidente", declarou o ministro, que cumprimentou Ronaldo na saída do gramado.
Silva Júnior disse que não havia acertado com a CBF a passagem da delegação por Brasília em caso de vitória.
No embarque da equipe no Brasil, o chefe da delegação, Marco Polo Del Nero, anunciara o roteiro após o Mundial. Se o time conquistar o hexa, passará por Brasília e, depois, por São Paulo, segundo o dirigente.
Nélio Nazário, pai de Ronaldo, também assistiu ao treino da seleção. ""O Ronaldo fará mais ou menos oito gols na terça", disse. A mãe do atacante, Sônia, e cerca de dez amigos também foram ao treino. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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