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TÊNIS
Até onde pode ir Nadal?
Espanhol é, ao longos destes anos, o que mais evoluiu, não apenas ganhando técnica,
mas espírito de campeão
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
O QUE FALTA mais dizer? Quase
nada. Rafael Nadal confirmou o favoritismo e impediu
mais uma vez o troféu que falta para
coroar Roger Federer como o melhor da história. Fez uma temporada
de saibro irrepreensível, com títulos
em Monte Carlo, Barcelona e Hamburgo antes de ganhar pela quarta
vez seguida em Roland Garros.
Sob a pressão de perder o segundo
lugar no ranking mundial, posto que
ostenta há 152 semanas, recorde absoluto, bateu duas vezes Novak Djokovic, o tenista que mais cresceu no
último ano e vencera o outro Grand
Slam de 2008. Sob a pressão de encarar Federer em três finais, ganhou
todas, sem ser ameaçado uma única
vez. No domingo, foi um mestre, deu
uma verdadeira aula no suíço. Contra o "resto", Nadal evitou qualquer
zebra. Perdeu só um jogo e quatro
sets em 23 partidas no saibro. Manteve supremacia indiscutível.
Joga sob pressão. Nem Federer
nem Djokovic lhe botam medo. Joga
contra os outros. Ninguém lhe prega
surpresas. Para quem duvidava da
capacidade de manter sua intensidade não por jogos a fio, mas por
anos a fio, mostrou que não cansa.
E se não há mais o que discutir em
relação à superioridade de Nadal sobre os outros, inclusive Federer, no
saibro, o que há para se pensar?
Nadal ganhou uma nova dimensão. De jovem promessa a bom jogador de saibro, de vencedor a campeão, de especialista a unanimidade
do saibro, de azarão a bom jogador
em outros pisos, de virgem na grama
a finalista de Wimbledon.
Há tempos um jogador não aliava
tamanho desempenho físico a um
talento crescente. Dos gigantes sacadores, quase ninguém resta. Dos
bons jogadores de fundo de quadra,
poucos ainda surpreendem. Da turma do jogo mais moderno, eles seguem por aí. Do talento clássico e superior de Federer, falta algo.
Só Nadal tem crescido consistentemente não só seu jogo, mas principalmente sua cabeça, seu espírito.
Ex-apenas guerreiro no saibro, é,
hoje, o jogador que mais evolui, fisicamente, mentalmente e tecnicamente, o que mais encorpa o espírito de um grande campeão.
DE NOVO
Larri Passos voltou a trabalhar com
a tenista austríaca Tamira Paszek
após seis meses separados. Retomam a parceria de quase dois anos
e já estão juntos em Birmingham
(ING), onde a 46ª do mundo joga.
EM UBERLÂNDIA
Mais de 200 tenistas jogam no
Praia Clube a terceira etapa da Credicard Citi MasterCard Junior's
Cup a partir de terça. É grátis.
EM BRASÍLIA
Estão abertas até o fim do mês as
inscrições para o Campeonato Brasileiro, que acontece de 14 a 20 de
julho, no Clube do Exército. Informações em www.cbt.esp.br.
reandaku@uol.com.br
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