São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

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TÊNIS

Até onde pode ir Nadal?

Espanhol é, ao longos destes anos, o que mais evoluiu, não apenas ganhando técnica, mas espírito de campeão

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O QUE FALTA mais dizer? Quase nada. Rafael Nadal confirmou o favoritismo e impediu mais uma vez o troféu que falta para coroar Roger Federer como o melhor da história. Fez uma temporada de saibro irrepreensível, com títulos em Monte Carlo, Barcelona e Hamburgo antes de ganhar pela quarta vez seguida em Roland Garros.
Sob a pressão de perder o segundo lugar no ranking mundial, posto que ostenta há 152 semanas, recorde absoluto, bateu duas vezes Novak Djokovic, o tenista que mais cresceu no último ano e vencera o outro Grand Slam de 2008. Sob a pressão de encarar Federer em três finais, ganhou todas, sem ser ameaçado uma única vez. No domingo, foi um mestre, deu uma verdadeira aula no suíço. Contra o "resto", Nadal evitou qualquer zebra. Perdeu só um jogo e quatro sets em 23 partidas no saibro. Manteve supremacia indiscutível.
Joga sob pressão. Nem Federer nem Djokovic lhe botam medo. Joga contra os outros. Ninguém lhe prega surpresas. Para quem duvidava da capacidade de manter sua intensidade não por jogos a fio, mas por anos a fio, mostrou que não cansa.
E se não há mais o que discutir em relação à superioridade de Nadal sobre os outros, inclusive Federer, no saibro, o que há para se pensar?
Nadal ganhou uma nova dimensão. De jovem promessa a bom jogador de saibro, de vencedor a campeão, de especialista a unanimidade do saibro, de azarão a bom jogador em outros pisos, de virgem na grama a finalista de Wimbledon.
Há tempos um jogador não aliava tamanho desempenho físico a um talento crescente. Dos gigantes sacadores, quase ninguém resta. Dos bons jogadores de fundo de quadra, poucos ainda surpreendem. Da turma do jogo mais moderno, eles seguem por aí. Do talento clássico e superior de Federer, falta algo. Só Nadal tem crescido consistentemente não só seu jogo, mas principalmente sua cabeça, seu espírito.
Ex-apenas guerreiro no saibro, é, hoje, o jogador que mais evolui, fisicamente, mentalmente e tecnicamente, o que mais encorpa o espírito de um grande campeão.

DE NOVO
Larri Passos voltou a trabalhar com a tenista austríaca Tamira Paszek após seis meses separados. Retomam a parceria de quase dois anos e já estão juntos em Birmingham (ING), onde a 46ª do mundo joga.

EM UBERLÂNDIA
Mais de 200 tenistas jogam no Praia Clube a terceira etapa da Credicard Citi MasterCard Junior's Cup a partir de terça. É grátis.

EM BRASÍLIA
Estão abertas até o fim do mês as inscrições para o Campeonato Brasileiro, que acontece de 14 a 20 de julho, no Clube do Exército. Informações em www.cbt.esp.br.


reandaku@uol.com.br

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