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TCU aponta rombo de 2,7 milhões no Pan-07
Tribunal confirma superfaturamento
em vários serviços de hotelaria na Vila
De acordo com decisão do
órgão, empresa contratada e
funcionários da União terão
de repor o dinheiro gasto ou
explicar as irregularidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez, o TCU
(Tribunal de Contas da União)
emitiu decisão em que confirma superfaturamento em uma
das contratações do Pan-Americano-2007, no Rio de Janeiro.
Foi no serviço de hotelaria da
Vila Olímpica, que abrigou os
atletas que competiram no
evento. O total gasto a mais foi
de R$ 2,7 milhões, segundo o
órgão fiscalizador do governo.
Ontem, em sessão, os ministros do TCU chegaram a acórdão sobre o tema. Pela decisão,
determinou que Ricardo Leyser, responsável do Ministério
do Esporte para o Pan, funcionários da comissão de licitação,
além do Consórcio Interamericano, empresa contratada pelo
governo e liderada pela JZ Engenharia, terão de devolver essa quantia aos cofres públicos.
Ou então terão de prestar esclarecimentos sobre as irregularidades em 15 dias.
Segundo o tribunal, houve
superfaturamento em 17 dos 22
itens pagos pela União. Foram
detectados pagamentos indevidos ou em valores superiores
aos preços de mercado para a
instalação de ar-condicionado
e persianas, fornecimento de
colchões, montagens de camas,
abajures e espelhos, diz o órgão.
No caso das cadeiras, o TCU
constatou a cobrança da montagem delas, que, na verdade,
já vinham prontas.
O Ministério do Esporte se
defendeu com o argumento de
que as cadeiras tiveram de chegar desmontadas porque eram
em grande número. Assim, era
necessário botar uma trava para remontá-las nos quartos.
Para colocar essa trava na cadeira, eram necessárias 1,63
hora de trabalho de um montador e 3,44 horas de seu ajudante. Mas o TCU considerou que
era tempo demais para a tarefa
e apontou superfaturamento
de R$ 390.694 no item.
Para a instalação de persianas, o governo pagava R$ 220
pelo uso de serras circulares
por três meses. Com esse valor,
era possível comprar um equipamento desse tipo.
Também foram apresentados problemas no serviços de
camareiras, que incluíam produtos de limpeza. O tribunal
apontou que esses materiais
variavam de preço dependendo
do turno em que trabalhavam
as profissionais.
O TCU também questiona a
licitação que levou à contratação do Consórcio Interamericano, que foi a única empresa a
concorrer de fato com a eliminação de outras concorrentes.
"Não permite afirmar que houve competição no certame", declara o tribunal de contas. O valor total que a empresa receberia era de R$ 32 milhões.
A hotelaria era um dos itens
em que o órgão fiscalizador
apontava indício de irregularidade em relatório preliminar
sobre o Pan-07. Há outros problemas nas contas do evento
que prosseguem em análise.
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