São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Belluzzo faz R$ 8 milhões em dívidas

Após quatro meses de mandato, presidente do Palmeiras reconhece que déficit está acima do esperado

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em quatro meses, mais de R$ 8 milhões de dívidas. É esse o balanço, até o momento, da gestão do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo no Palmeiras.
O clube fechou o primeiro quadrimestre de 2009 com R$ 41,4 milhões em receitas e R$ 49,5 milhões em dívidas.
Números que o próprio Belluzzo, economista, considerou longe do esperado. "Se olhar pelo resultado financeiro da administração, não foi bom."
No entanto, o mandatário fez uma ressalva. Disse que alguns investimentos realizados pelo clube excepcionalmente nesse período contribuíram para o tamanho do saldo devedor.
"Tivemos despesas com a reforma da lanchonete, do restaurante, a instalação do camarote Premium. Não teremos mais esse pico de déficit", falou Belluzzo, que assumiu no começo do ano, em 26 de janeiro.
O balancete de abril mostra que o futebol profissional continua sendo o principal gerador de receitas e despesas do clube.
Já foram gastos mais de R$ 36,4 milhões com esse departamento em 2009, ao passo que pouco mais de R$ 33,7 milhões entraram nos cofres.
O déficit de R$ 2,7 milhões não surpreende Belluzzo, que considera o cenário do Palmeiras similar ao de outros clubes.
"O Milan teve de vender o Kaká. A torcida não gostou, mas não tem jeito", falou o cartola, dizendo que até os times estrangeiros sofrem para manter as contas em dia. Ele pretende levar ao Clube dos 13, que reúne os principais times do país, estudo seu que mostra a desproporção entre gastos e faturamento no futebol.
Belluzzo projeta fechar o primeiro ano na presidência do Palmeiras com ganhos de R$ 90 milhões. E rebate o discurso da oposição de que o déficit total seja de R$ 87 milhões.
"O Palmeiras deve R$ 40 milhões, que é o saldo das dívidas. O resto é coisa lá pra frente."
Os situacionistas não consideram, por exemplo, os mais de R$ 33 milhões referentes à Timemania (loteria criada para realinhar no âmbito fiscal os clubes) no bolo da dívida.
Os números levam a crer que Belluzzo encerrará o ano mais ou menos como o antecessor, Affonso della Monica, terminou sua primeira temporada.
Em 2005, o Palmeiras acumulou pouco mais de R$ 87 milhões em débitos, tendo gerado uma receita de R$ 82 milhões -valor próximo ao estimado pelo atual mandatário.
Uma das medidas que Belluzzo pretende tomar para diminuir o prejuízo é cortar despesas internas. Em reunião feita anteontem à noite com os diretores, o recado foi passado. "Pedi a eles que fossem austeros. Ou eu mesmo vou cortar."
A oposição acha que é um discurso da boca pra fora. "A gestão do Belluzzo é a continuidade do que foi a do Affonso", afirmou o ex-presidente Mustafá Contursi, líder do grupo.


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