São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Liga de basquete reconhece falhas e celebra união

Campeonato gerido pelos clubes inicia hoje as finais, entre Brasília e Flamengo, e já planeja mudanças para a 2ª edição

Para organização, torneio ainda carece de melhor nível técnico e de infraestrutura, mas teve mérito de resgatar a aliança entre os clubes


DA REPORTAGEM LOCAL

Os problemas ainda são muitos. Solução para todos eles, apenas a longo prazo. É com essa avaliação "pé no chão" que organizadores e equipes chegam à reta decisiva do Novo Basquete Brasil (NBB), o primeiro Nacional organizado pelos clubes após anos de crise.
Os mata-matas entre Brasília e Flamengo começam hoje, às 12h, na capital federal.
"O sonho de ter um campeonato mais perfeito ficou adiado para a segunda edição. Tínhamos a grande missão de fazer o torneio acontecer, conseguimos, e a marca foi a união dos clubes", disse Sérgio Domenici, gerente-geral da liga, que teve chancela da CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
Nos últimos anos, o Nacional foi motivo de queda de braço entre as equipes e a CBB.
A luta dos clubes para gerenciar a competição começou em 2006, quando foi criada a NLB (Nossa Liga de Basquete).
Sem o apoio da CBB, porém, a liga sofreu deserções. O Nacional da confederação, por sua vez, foi afetado por disputas judiciais e acabou sem campeão.
Em 2007, o Nacional começou sem tabela e teve a desistência de uma equipe. No ano passado, nova crise: os oito principais times de São Paulo romperam com a CBB e disputaram um torneio paralelo.
Após tantas disputas, os clubes se reuniram em meados de 2008 e criaram a liga. A CBB, então, foi obrigada a ceder.
O NBB começou apenas no fim de janeiro. Os primeiros patrocínios demoraram três meses para serem fechados.
Mesmo assim, a liga conseguiu um grande aliado. A Globo, além de dar suporte financeiro, tornou-se espécie de "agência de marketing" do torneio, segundo o NBB. A emissora diz estar orgulhosa da parceria. A maioria do campeonato, porém, ficou fora da TV aberta.
"O basquete só era notícia por conta de escândalos. Agora, voltamos a fazer do basquete um produto. A referência de todos é a NBA, mas é como você pegar o cinema brasileiro dos anos 30 e comparar com Hollywood", declarou Domenici.
Planos para tentar diminuir esse abismo já começaram a ser traçados para a segunda edição, prevista para outubro.
Uma das propostas é, via lei de incentivo fiscal, criar uma liga sub-19 para movimentar as categorias de base das equipes.
A liga também quer, com apoio da CBB, fazer cursos de aperfeiçoamento para árbitros e técnicos. Outras metas são melhorar os ginásios e incentivar a contratação de estrangeiros e o repatriamento de brasileiros, para aumentar o nível técnico. Os intervalos dos jogos também serão transformados em "shows". O modelo é a NBA.
"O grande mérito da liga foi que conseguimos resgatar o poderio técnico, já que todos os melhores times enfim jogaram o mesmo campeonato", afirmou Lula Ferreira, treinador do Brasília. "Fora da quadra, todos se empenharam. Quando você vive a dificuldade da organização de perto, encara de forma diferente", completou ele.


NA TV - Brasília x Flamengo
Sportv, ao vivo, às 12h



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