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Caixa preta
Silêncio de atletas, médicos e CBF sobre o real estado físico dos jogadores do Brasil alimenta boatos sobre a condição do time
EDUARDO ARRUDA
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
O silêncio de médicos e
preparadores físicos da seleção brasileira tem gerado especulações sobre a real condição física dos jogadores.
Desde a apresentação do
time nacional, em Curitiba,
no dia 21 de maio, o médico
José Luís Runco e o preparador físico Paulo Paixão não
vêm a público para falar sobre o elenco brasileiro.
Os dois só falaram no primeiro dia. Depois disso, não
foi mais possível nem encontrar informações no site oficial da CBF, que tem uma seção "departamento médico" na qual nada é publicado.
A caixa-preta que virou a
concentração brasileira em
Johannesburgo tem gerado
suspeitas e teorias conspiratórias sobre o time nacional.
A última delas ocorreu ontem. Após o treino fechado à
imprensa pelo técnico Dunga, a TV Globo obteve imagem do goleiro Júlio César levando a mão às costas.
O fato gerou boatos de que
o camisa 1 da seleção ainda
não estaria recuperado da lesão que o afastou de treinos e
do amistoso contra a Tanzânia. Nesse período, apesar de
insistentes pedidos, em nenhum momento os médicos
da equipe brasileira explicaram a contusão do goleiro.
Ontem, a CBF só informou
que Júlio César havia treinado normalmente de manhã.
E, à tarde, na prática aberta à imprensa, o goleiro mostrou estar totalmente recuperado durante treino técnico.
A falta de informação também foi vista no período da
recuperação física de Kaká.
Houve quem colocasse em
dúvida a participação da
principal estrela brasileira na
Copa. Entre as concentrações
em Curitiba e na África do
Sul, surgiram relatos de que
Kaká se queixava de dores e
desconforto nos treinos.
Nesse episódio não se ouviu palavra da comissão técnica sobre a verdadeira condição do camisa 10 do time.
Kaká, no amistoso contra a
Tanzânia, mostrou que se recupera fisicamente, mas está
longe da condição ideal. O
estafe do atleta crê que ele
atingirá o melhor nível a partir das oitavas de final.
Há um pavor dos integrantes da comissão técnica em
desagradar a Dunga, que vive em conflito com a imprensa. O treinador, que disse ter
300 jornalistas torcendo contra a seleção, quer que a comissão fique longe da mídia.
Qualquer manifestação
contrária poderia ser considerada traição pelo técnico.
Nos últimos dias, para saber de Júlio César, os jornalistas recorreram aos jogadores.
Anteontem, o goleiro Gomes disse que o colega jogaria na estreia, contra a Coreia
do Norte. Ontem, foi a vez de
Daniel Alves e Elano passarem "relatório" positivo sobre o camisa 1.
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