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Renovação cubana leva teen à Liga Mundial
País que sofreu com deserções de suas principais estrelas escala atacante de 14 anos, mais jovem jogador a disputar a competição
DA REPORTAGEM LOCAL
Cuba já havia perdido o primeiro set quando o treinador
tirou Wilfredo León do banco.
Com o reforço dos potentes
ataques do jogador de 2,01 m,
sua seleção empatou a partida.
Após a reação, o time cubano
não conseguiu mais segurar a
força russa. Mas, mesmo com a
derrota, o novato deixou a quadra com novo status. Já pode
lutar de igual para igual com os
mais velhos por sua vaga.
A disputa interna na renovada equipe de Orlando Samuels
seria natural não fosse um detalhe: León tem apenas 14 anos.
É o mais jovem jogador a atuar
na Liga Mundial de vôlei.
Em sua última partida, no sábado, contra a China, o garoto
arrancou elogios do treinador.
"Ele é muito aplicado e não
teme entrar no jogo em momentos complicados. Sempre
me diz que quer uma medalha
olímpica", conta Samuels.
León vive em Santiago de Cuba, onde nasceu, e joga pela
equipe de vôlei local. Começou
a praticar na escola, onde teve o
talento detectado, como a grande maioria das crianças do país.
Na seleção, destaca-se pela
força do ataque e pela atuação
no fundo da quadra. Atua bem
como oposto e até como líbero.
As viagens pelo mundo para
os jogos da Liga são novidade
para o garoto, bastante apegado
à família. Todos os dias o telefone da casa mãe toca, e o jogador
conta suas aventuras.
León ganhou vaga no time
principal graças ao processo de
renovação da seleção. Em parte, feita de forma forçada.
Nos últimos anos, os cubanos
sofreram com deserções. A
equipe masculina, por exemplo, perdeu seis de suas estrelas
no início deste século. Nunca
mais atingiu o mesmo nível.
Taismary Aguero, principal jogadora da Itália, é cubana.
A seleção masculina subiu ao
pódio da Liga Mundial pela última vez em 2005, com um
bronze. Nos anos 90, a equipe
deixou de conquistar uma medalha em apenas duas edições.
Por isso, a federação local de
vôlei decidiu investir em um
grupo de jovens tirados das
equipes de base. O grupo inscrito na Liga Mundial tem, em
média, 23 anos. Está sendo preparado para a próxima Olimpíada. Cuba não conseguiu se
classificar para Pequim-2008.
Além de ser jovem e ter habilidade -alcança a bola a 3,50 m
no ataque e a 3,46 m no bloqueio-, León tem outra característica que o fez cair no gosto
de treinadores e dirigentes.
Embora não se fale abertamente sobre o peso das deserções, as marcas delas ainda
ecoam no esporte cubano.
"León diz que ganhar uma
medalha olímpica lhe daria
tanto orgulho como lhe dá defender sua pátria", afirma um
confiante Samuels.
"É importante que ele seja
assim já no início da carreira.
Ele tem noção da importância
social e moral do esporte. Isso
demonstra a força de seu pensamento, ainda é um atleta escolar e já está no grupo dos
grandes", completa ele.0
(ML)
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