São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2000


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FUTEBOL
Sete meses após o jogo da decisão do Mundial de Clubes da Fifa, equipes voltam a se enfrentar em situação oposta
Corinthians e Vasco põem crise em jogo

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os dois clubes que entraram em campo há sete meses para o jogo mais importante de suas histórias, na final do Mundial de Clubes da Fifa, jogam hoje, pela Copa João Havelange, para tentar sobreviver à crise que atingiu ambas as equipes após aquela decisão.
Vasco e Corinthians vão se enfrentar às 20h30, no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, sem transmissão de TV.
O Corinthians, que derrotou o Vasco naquela final nos pênaltis, sob o comando de Oswaldo de Oliveira, enfrentará pela primeira vez o seu ex-técnico, que se transferiu para o time carioca após a série de fracassos pós-Mundial.
A equipe paulista foi eliminada, consecutivamente, em uma mesma semana, da Copa do Brasil, do Campeonato Paulista e da Taça Libertadores da América.
O Vasco, enquanto isso, voltava a perder uma decisão, a do Estadual do Rio, para o Flamengo, após ter sido eliminado também na Copa do Brasil. O time carioca não havia conseguido vaga para disputar a Libertadores.
Para agravar a crise, ambas as equipes perderam estrelas neste semestre. Edmundo trocou o Vasco pelo Santos. Edílson deixou o Corinthians e, à revelia, se apresentou ao Flamengo.
Nesse panorama, os dois clubes foram derrotados logo na primeira rodada da Copa JH.
Após um esboço de reação no segundo jogo -o Vasco empatou e o Corinthians conseguiu vencer-, o quadro voltou a ser desfavorável para ambos.
Enquanto os corintianos vêm de derrota na Copa Mercosul, de 3 a 0, para o time reserva do Boca Juniors, na Argentina, na noite de anteontem, os vascaínos devem ter seis desfalques hoje.
""Conversei bastante com o time para que os jogadores saibam separar as duas competições. Não podemos deixar que o resultado da Mercosul interfira na Copa João Havelange", afirmou o técnico Oswaldo Alvarez.
Mesmo alegando ter apoio da diretoria do clube e de seu parceiro, o fundo de investimentos norte-americano HMTF, Alvarez sabe que será difícil se manter no cargo se o time não der sequência à reação obtida na última rodada da competição nacional, com vitória de 4 a 2 sobre o Gama.
Para mostrar que a origem dos problemas não está no seu trabalho, ele começa a cobrar publicamente a contratação de reforços.
Em vez disso, no entanto, tem que se conformar com mais perdas. A Inter de Milão, por exemplo, negocia para ter Vampeta já na próxima semana. Domingo, contra o Santa Cruz, poderá ser o seu jogo de despedida do clube.
A mais nova indicação de Alvarez é o atacante Róbson Ponte, do Bayer Leverkusen (ALE), que despontou sob o seu comando no Guarani. Ele seria o ideal, a seu ver, para compor o ataque com Luizão, substituindo Edílson.
A lateral direita é outra prioridade do time, que vem improvisando Márcio Costa na posição devido a uma contusão de Índio.
""Não podemos culpar o Vadão (Alvarez) pelos maus resultados do time. A culpa é dos jogadores. Quando a gente quer jogar, como ocorreu contra o Gama, a gente joga. Temos que ter atitude do início ao fim", disse ontem Luizão, convocado pela seleção brasileira (leia texto nesta página).
No Vasco, Oswaldo de Oliveira, que já não poderia contar para o jogo de hoje com Helton, na seleção olímpica, Mauro Galvão, submetido a uma artroscopia no joelho direito, Gilberto, com uma hérnia de disco, Pedrinho, recuperando-se de uma tendinite, e Alex Oliveira, com estiramento na coxa esquerda, teve mais uma surpresa ontem.
Ele foi informado pelo departamento médico do clube de que a torção no tornozelo direito sofrida pelo zagueiro Alexandre Torres anteontem é mais grave do que se pensava. O jogador, que havia conquistado a vaga de titular, ficará afastado por 30 dias.
A solução será improvisar o lateral-direito Clébson na esquerda e passar Felipe para o meio-campo. Odvan volta à zaga.


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