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FUTEBOL
Apesar da pouca expressão no esporte, cidade é a primeira a receber duas partidas da equipe de Luxemburgo
Política e amizade levam seleção de novo a Florianópolis
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Uma combinação entre política,
amizade e superstição garantiu a
Florianópolis a chance de ser a
única cidade brasileira a receber
dois jogos da seleção desde o início da gestão de Wanderley Luxemburgo, em agosto de 1998.
Amanhã à tarde, no estádio Orlando Scarpelli, o time olímpico
do Brasil faz, contra o Chile, seu
último amistoso antes de embarcar para os Jogos de Sydney.
A última apresentação da equipe nacional na cidade foi em 12 de
janeiro, quando, também com a
seleção olímpica, o Brasil goleou
Trinidad e Tobago por 7 a 0.
Embora não sejam jogos da
equipe principal nem tampouco
os adversários sejam da elite do
futebol mundial, a simples indicação para abrigar dois amistosos
não deixa de ser um privilégio.
Com a concentração das partidas pelas eliminatórias em São
Paulo e no Rio, imposição da
Confederação Sul-Americana, a
CBF só ficou com jogos secundários para negociar com seus aliados. Os amistosos da seleção são
uma tradicional moeda política
da CBF junto às federações, que
têm peso decisivo nas eleições para a presidência da entidade.
Esperava-se que a distribuição
de jogos do "segundo escalão"
contemplasse vários Estados.
Mas Florianópolis, a despeito da
inexpressiva representatividade
no futebol brasileiro, vem acumulando ultimamente influência na
cúpula desse esporte no país.
O presidente da Federação Catarinense, Delfim Pádua Peixoto
Filho, no cargo desde 1985, é
membro do conselho consultivo
da CBF. Junto a ele, os dirigentes
Paulo Prisco Paraíso, do Figueirense, e Francisco Batista, do Clube Brasil (que reúne 16 equipes do
"médio clero" do futebol do país),
foram responsáveis por garantir
cinco times catarinenses no Módulo Amarelo (segunda divisão)
da Copa João Havelange.
Por direito, só dois (Avaí e Joinville) deveriam estar nessa série.
Outro ponto a favor da cidade
foi a amizade entre os presidentes
da CBF, Ricardo Teixeira, e do
grupo de comunicação RBS em
Santa Catarina, Pedro Sirotsky.
A RBS, retransmissora da TV
Globo no Estado, comprou a bilheteria do jogo de amanhã.
O credenciamento de imprensa
para todos os jogos da seleção são
feitos em Florianópolis, pelo ex-funcionário da RBS J.B. Telles.
Por fim, nos últimos anos, a capital catarinense construiu a fama
de ser a escala final da seleção antes de disputas importantes.
Algumas vezes, como em 1994,
deu sorte. No último jogo no Brasil antes da Copa dos EUA, a seleção bateu a Islândia por 3 a 0. Semanas depois, conquistou o tetra.
O ritual foi repetido, sem sucesso, em 1996, antes dos Jogos de
Atlanta. Na despedida, a Dinamarca foi derrotada por 5 a 1. Na
Olimpíada, porém, o Brasil ficou
apenas com o bronze.
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