São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2000


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FUTEBOL
Apesar da pouca expressão no esporte, cidade é a primeira a receber duas partidas da equipe de Luxemburgo
Política e amizade levam seleção de novo a Florianópolis

FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Uma combinação entre política, amizade e superstição garantiu a Florianópolis a chance de ser a única cidade brasileira a receber dois jogos da seleção desde o início da gestão de Wanderley Luxemburgo, em agosto de 1998.
Amanhã à tarde, no estádio Orlando Scarpelli, o time olímpico do Brasil faz, contra o Chile, seu último amistoso antes de embarcar para os Jogos de Sydney.
A última apresentação da equipe nacional na cidade foi em 12 de janeiro, quando, também com a seleção olímpica, o Brasil goleou Trinidad e Tobago por 7 a 0.
Embora não sejam jogos da equipe principal nem tampouco os adversários sejam da elite do futebol mundial, a simples indicação para abrigar dois amistosos não deixa de ser um privilégio.
Com a concentração das partidas pelas eliminatórias em São Paulo e no Rio, imposição da Confederação Sul-Americana, a CBF só ficou com jogos secundários para negociar com seus aliados. Os amistosos da seleção são uma tradicional moeda política da CBF junto às federações, que têm peso decisivo nas eleições para a presidência da entidade.
Esperava-se que a distribuição de jogos do "segundo escalão" contemplasse vários Estados.
Mas Florianópolis, a despeito da inexpressiva representatividade no futebol brasileiro, vem acumulando ultimamente influência na cúpula desse esporte no país.
O presidente da Federação Catarinense, Delfim Pádua Peixoto Filho, no cargo desde 1985, é membro do conselho consultivo da CBF. Junto a ele, os dirigentes Paulo Prisco Paraíso, do Figueirense, e Francisco Batista, do Clube Brasil (que reúne 16 equipes do "médio clero" do futebol do país), foram responsáveis por garantir cinco times catarinenses no Módulo Amarelo (segunda divisão) da Copa João Havelange.
Por direito, só dois (Avaí e Joinville) deveriam estar nessa série.
Outro ponto a favor da cidade foi a amizade entre os presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e do grupo de comunicação RBS em Santa Catarina, Pedro Sirotsky.
A RBS, retransmissora da TV Globo no Estado, comprou a bilheteria do jogo de amanhã.
O credenciamento de imprensa para todos os jogos da seleção são feitos em Florianópolis, pelo ex-funcionário da RBS J.B. Telles.
Por fim, nos últimos anos, a capital catarinense construiu a fama de ser a escala final da seleção antes de disputas importantes.
Algumas vezes, como em 1994, deu sorte. No último jogo no Brasil antes da Copa dos EUA, a seleção bateu a Islândia por 3 a 0. Semanas depois, conquistou o tetra.
O ritual foi repetido, sem sucesso, em 1996, antes dos Jogos de Atlanta. Na despedida, a Dinamarca foi derrotada por 5 a 1. Na Olimpíada, porém, o Brasil ficou apenas com o bronze.


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