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VÔLEI
Novas trilhas
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Solidariedade, amizade,
companheirismo. Esses são os
lemas da seleção brasileira feminina, que iniciou os treinos na última quinta-feira, disposta a não
repetir mais os erros do passado.
O objetivo é unir forças e trabalhar pelo ouro olímpico nos Jogos
de Atenas, em 2004.
O mais interessante nesse grupo
é o fato dele ser formado por integrantes da comissão técnica e jogadoras que já viveram situações
complicadas em outras seleções. É
o caso por exemplo de Érika, Walewska, Fofão e Elisângela, que tiveram problemas com o técnico
anterior, Marco Aurélio Motta.
A tendência é de um amadurecimento dessas atletas. Já o técnico José Roberto Guimarães, que
comandou a seleção masculina
na conquista do ouro olímpico
em 1992, também já sentiu na pele no Mundial, de 1994, e nos Jogos de Atlanta, de 1996, como a
vaidade e a falta de união podem
prejudicar um grupo.
Jogadoras experientes como as
levantadoras Fernanda Venturini e Fofão também vão ter a grande, e talvez a última chance, de levar o vôlei feminino a sua maior
conquista: o título olímpico.
Com esses ingredientes, essa seleção tem possibilidades de realmente se tornar um grupo unido e
de cumprir seu objetivo.
A escolha de Ana Moser para
ser uma das integrantes da nova
comissão técnica também revela
uma preocupação de Zé Roberto
de manter um bom elo de comunicação com o resto do time. Ex-atleta, Ana Moser é muito próxima das jogadoras e fala a mesma
língua delas.
E você sabe: uma equipe é sempre uma fogueira de vaidades.
Basta dar uma lembradinha no
histórico das seleções brasileiras:
intrigas, desentendimentos é o
que não faltam. Zé Roberto tem
declarado que a idéia é formar
um grupo com 12 jogadoras com
condições de serem titulares.
Resta torcer para que, em uma
equipe com tantas estrelas, quem
for sentar no banco não crie problemas. E a seleção brasileira terá
algumas disputas eletrizantes por
vagas no time titular como Fernanda e Fofão no levantamento;
e as atacantes Paula e Érika por
um lugar na ponta de rede.
O ponto mais frágil da equipe é
na saída de rede: Elisângela e Raquel são boas atacantes, mas
muito irregulares. Alternam
grandes partidas com jogos complicados. A boa notícia é que a seleção pode ter o reforço da atacante Leila, que está no vôlei de
praia, para a Copa do Mundo,
que será em novembro.
Já no Pan-Americano o difícil é
entender o regulamento do torneio de vôlei. A seleção masculina, por exemplo, chegou no primeiro dia e vai embora no fim da
competição, jogando apenas cinco vezes. O basquete estreou no
mesmo período, fez o mesmo número de jogos e já encerrou sua
participação sábado.
Tanto a seleção masculina como a feminina estão tendo quatro dias de folga até a disputa das
semifinais. O certo também é que
os Jogos Pan-Americanos perderam muito de seu prestígio no vôlei. Até agora não foi possível ver
uma grande partida no torneio e
um grande adversário para os
meninos do Brasil.
Reforço dos EUA
O MRV/Minas, vice-campeão brasileiro, confirmou a contratação de
Keba Phipps. Ela deve se apresentar no fim de novembro, depois de
defender a seleção dos EUA, atual vice-campeã mundial, na Copa do
Mundo. Aos 33 anos, Phipps é um reforço e tanto. Para ter uma idéia,
das 12 temporadas que ela jogou na Itália, conquistou oito títulos.
Reforço da Argentina
O atacante Marcos Milinkovic, a maior estrela do vôlei argentino, desembarca hoje em Florianópolis e se apresenta na Unisul. Ele estava
havia dois anos na Itália, onde defendeu o Treviso e o Milano. Será a
sua quarta temporada no Brasil: no fim dos anos 90, jogou no Chapecó e na Olympikus. Na Unisul, ele vai trabalhar com o técnico Javier
Weber, seu ex-companheiro na seleção argentina.
E-mail cidasan@uol.com.br
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