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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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VÔLEI

Novas trilhas

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Solidariedade, amizade, companheirismo. Esses são os lemas da seleção brasileira feminina, que iniciou os treinos na última quinta-feira, disposta a não repetir mais os erros do passado. O objetivo é unir forças e trabalhar pelo ouro olímpico nos Jogos de Atenas, em 2004.
O mais interessante nesse grupo é o fato dele ser formado por integrantes da comissão técnica e jogadoras que já viveram situações complicadas em outras seleções. É o caso por exemplo de Érika, Walewska, Fofão e Elisângela, que tiveram problemas com o técnico anterior, Marco Aurélio Motta.
A tendência é de um amadurecimento dessas atletas. Já o técnico José Roberto Guimarães, que comandou a seleção masculina na conquista do ouro olímpico em 1992, também já sentiu na pele no Mundial, de 1994, e nos Jogos de Atlanta, de 1996, como a vaidade e a falta de união podem prejudicar um grupo.
Jogadoras experientes como as levantadoras Fernanda Venturini e Fofão também vão ter a grande, e talvez a última chance, de levar o vôlei feminino a sua maior conquista: o título olímpico.
Com esses ingredientes, essa seleção tem possibilidades de realmente se tornar um grupo unido e de cumprir seu objetivo.
A escolha de Ana Moser para ser uma das integrantes da nova comissão técnica também revela uma preocupação de Zé Roberto de manter um bom elo de comunicação com o resto do time. Ex-atleta, Ana Moser é muito próxima das jogadoras e fala a mesma língua delas.
E você sabe: uma equipe é sempre uma fogueira de vaidades. Basta dar uma lembradinha no histórico das seleções brasileiras: intrigas, desentendimentos é o que não faltam. Zé Roberto tem declarado que a idéia é formar um grupo com 12 jogadoras com condições de serem titulares.
Resta torcer para que, em uma equipe com tantas estrelas, quem for sentar no banco não crie problemas. E a seleção brasileira terá algumas disputas eletrizantes por vagas no time titular como Fernanda e Fofão no levantamento; e as atacantes Paula e Érika por um lugar na ponta de rede.
O ponto mais frágil da equipe é na saída de rede: Elisângela e Raquel são boas atacantes, mas muito irregulares. Alternam grandes partidas com jogos complicados. A boa notícia é que a seleção pode ter o reforço da atacante Leila, que está no vôlei de praia, para a Copa do Mundo, que será em novembro.
Já no Pan-Americano o difícil é entender o regulamento do torneio de vôlei. A seleção masculina, por exemplo, chegou no primeiro dia e vai embora no fim da competição, jogando apenas cinco vezes. O basquete estreou no mesmo período, fez o mesmo número de jogos e já encerrou sua participação sábado.
Tanto a seleção masculina como a feminina estão tendo quatro dias de folga até a disputa das semifinais. O certo também é que os Jogos Pan-Americanos perderam muito de seu prestígio no vôlei. Até agora não foi possível ver uma grande partida no torneio e um grande adversário para os meninos do Brasil.

Reforço dos EUA
O MRV/Minas, vice-campeão brasileiro, confirmou a contratação de Keba Phipps. Ela deve se apresentar no fim de novembro, depois de defender a seleção dos EUA, atual vice-campeã mundial, na Copa do Mundo. Aos 33 anos, Phipps é um reforço e tanto. Para ter uma idéia, das 12 temporadas que ela jogou na Itália, conquistou oito títulos.

Reforço da Argentina
O atacante Marcos Milinkovic, a maior estrela do vôlei argentino, desembarca hoje em Florianópolis e se apresenta na Unisul. Ele estava havia dois anos na Itália, onde defendeu o Treviso e o Milano. Será a sua quarta temporada no Brasil: no fim dos anos 90, jogou no Chapecó e na Olympikus. Na Unisul, ele vai trabalhar com o técnico Javier Weber, seu ex-companheiro na seleção argentina.


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