São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2010

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Cai o 1º grande recorde em 2010

Sem supermaiô, banido neste ano, francês supera melhor marca europeia nos 100 m costas

DE SÃO PAULO

O francês Camille Lacourt estabeleceu ontem, em Budapeste, o recorde europeu dos 100 m costas, com 52s11. A antiga marca era 52s27.
O tempo é relevante porque é o primeiro grande recorde a cair após a era dos trajes tecnológicos.
Lacourt conseguiu o segundo tempo mais rápido da história, atrás somente do recorde mundial do americano Aaron Peirsol: 51s94.
Ele estabeleceu o recorde com o maiô que auxiliava na flutuabilidade e que foi proibido pela Fina (Federação Internacional de Natação).
Na lista dos dez melhores tempos da história nos 100 m costas, nove foram obtidos com os trajes banidos.
"Não sei o que aconteceu", afirmou Lacourt após conquistar o ouro no Campeonato Europeu, em Budapeste.
"Achei que poderia vencer a prova depois das eliminatórias, mas bater o recorde europeu definitivamente não fazia parte dos planos."
Com os supermaiôs, o francês tinha 52s58, o que o deixava em oitavo entre os mais rápidos da história.
O austríaco Markus Rogan, dono de duas pratas nas provas de costas em Atenas- -2004, afirmou que os nadadores estão treinando mais após a decisão da Fina de banir os trajes tecnológicos.
"Todos estão com medo de serem chamados de "senhor maiô'", disse o austríaco, que desistiu da prova de ontem para se concentrar nos 200 m medley. "Querem mostrar que podem nadar bem também sem os trajes."
Para Alberto Silva, técnico da seleção brasileira, o supermaiô era só um detalhe na série de recordes mundiais quebrados nos últimos anos.
"Não sou estúpido de achar que não tinha interferência, mas são muitas as variáveis que interferem em um bom desempenho", afirmou.
Fernando Vanzela, seu colega na seleção brasileira, tem opinião parecida.
"A natação vem se desenvolvendo muito rápido e há outros recursos além do traje, mas não há como negar que foi um facilitador."
Os técnicos afirmam que não feito nenhum estudo científico que mostre que algum estilo tenha sido mais beneficiado com a utilização dos trajes de poliuretano, película que tornava a vestimenta impermeável.
"Cada um tem uma técnica própria e a influência do maiô varia de nadador para nadador", disse o treinador.
"Mesmo sem dados estatísticos, sempre achei que o estilo peito era o mais beneficiado com a flutuabilidade dos maiôs", falou Vanzela.


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