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Cai o 1º grande recorde em 2010
Sem supermaiô, banido neste ano, francês supera melhor marca europeia nos 100 m costas
DE SÃO PAULO
O francês Camille Lacourt
estabeleceu ontem, em Budapeste, o recorde europeu
dos 100 m costas, com 52s11.
A antiga marca era 52s27.
O tempo é relevante porque é o primeiro grande recorde a cair após a era dos
trajes tecnológicos.
Lacourt conseguiu o segundo tempo mais rápido da
história, atrás somente do recorde mundial do americano
Aaron Peirsol: 51s94.
Ele estabeleceu o recorde
com o maiô que auxiliava na
flutuabilidade e que foi proibido pela Fina (Federação Internacional de Natação).
Na lista dos dez melhores
tempos da história nos 100 m
costas, nove foram obtidos
com os trajes banidos.
"Não sei o que aconteceu",
afirmou Lacourt após conquistar o ouro no Campeonato Europeu, em Budapeste.
"Achei que poderia vencer
a prova depois das eliminatórias, mas bater o recorde europeu definitivamente não
fazia parte dos planos."
Com os supermaiôs, o
francês tinha 52s58, o que o
deixava em oitavo entre os
mais rápidos da história.
O austríaco Markus Rogan, dono de duas pratas nas
provas de costas em Atenas-
-2004, afirmou que os nadadores estão treinando mais
após a decisão da Fina de banir os trajes tecnológicos.
"Todos estão com medo de
serem chamados de "senhor
maiô'", disse o austríaco, que
desistiu da prova de ontem
para se concentrar nos 200 m
medley. "Querem mostrar
que podem nadar bem também sem os trajes."
Para Alberto Silva, técnico
da seleção brasileira, o supermaiô era só um detalhe na
série de recordes mundiais
quebrados nos últimos anos.
"Não sou estúpido de
achar que não tinha interferência, mas são muitas as variáveis que interferem em um
bom desempenho", afirmou.
Fernando Vanzela, seu colega na seleção brasileira,
tem opinião parecida.
"A natação vem se desenvolvendo muito rápido e há
outros recursos além do traje, mas não há como negar
que foi um facilitador."
Os técnicos afirmam que
não feito nenhum estudo
científico que mostre que algum estilo tenha sido mais
beneficiado com a utilização
dos trajes de poliuretano, película que tornava a vestimenta impermeável.
"Cada um tem uma técnica
própria e a influência do
maiô varia de nadador para
nadador", disse o treinador.
"Mesmo sem dados estatísticos, sempre achei que o
estilo peito era o mais beneficiado com a flutuabilidade
dos maiôs", falou Vanzela.
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