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BASQUETE
Européias
MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE
A Iugoslávia bateu a Turquia e conquistou o troféu
do Europeu masculino. Disparado o mais importante, interessante e competitivo do ano, o torneio
consagrou o basquete de ritmo
alucinante, forte, de muito equilíbrio entre defesa e ataque.
Alemanha, Espanha e Rússia fecharam o grupo que o continente
vai enviar ao Mundial de 2002,
em Indianápolis (EUA).
Não foi mero acaso. Os cinco
classificados atuaram em função
de jogadores que têm ou tiveram
contrato com a NBA -eles levaram 12 atletas com esse status.
A decisão, por exemplo, marcou
o duelo de companheiros do Sacramento, os alas Predrag Stojakovic e Hidayet Turkoglu.
Outro ala, Dirk Nowitzki, do
Dallas, conduziu os alemães a sua
melhor campanha e foi o cestinha
do Europeu, com 26,3 pontos por
partida. O pivô espanhol Pau Gasol, novato do Memphis, foi o
principal reboteiro, com 9,7.
Stojakovic, Turkoglu, Nowitzki... Quem diria, a NBA, que um
dia só se interessou por pivôs estrangeiros, cada vez mais abre
suas portas para jogadores versáteis de outros países.
Olho vivo no iugoslavo Vladimir Radmanovic, 20, que não pôde disputar o Europeu. Com 2,08
m, ele atua em todas as posições
de perímetro e fará este ano, pelo
Seattle, a sua estréia na liga profissional norte-americana.
Os EUA não descartam mais
nem os tampinhas. Raúl Lopez,
1,83 m, que comandou os espanhóis no Europeu, e Tony Parker,
1,88 m, que afundou (com) os
franceses, estão entre os 11 calouros estrangeiros que devem participar da pré-temporada da NBA
-o primeiro, pelo Utah; o segundo, pelo San Antonio.
A NBA ostenta atualmente 48
atletas estrangeiros. Dos 29 times
que disputam o campeonato, 23
possuem ao menos um "alien".
Outrora rotulados como molengas, os europeus estão valorizadíssimos. O fim da obrigatoriedade da marcação homem-a-homem vai exigir dos atletas da
NBA mais qualidade de passe e
arremesso. São fundamentos treinados à exaustão na Europa e até
agora desprezados pela cultura
mano-a-mano americana, baseada em dribles e infiltrações.
Por conta disso, acompanharam o Europeu, in loco na Turquia, 19 dirigentes de equipes da
NBA, ávidos por novos talentos.
O Sul-Americano, no mês passado, atraiu somente um olheiro
da liga norte-americana -e, ainda assim, do pobre Memphis, desde já candidato à lanterna no
campeonato 2001/2002.
O Europeu alijou do próximo
Mundial os dois times que escoltaram a arrogante seleção dos
EUA no último pódio olímpico.
A França, prata em Sydney,
acabou em sexto. E a Lituânia,
bronze, que ficou a uma cesta de
despedaçar o "Dream Team" em
2000, amargou a nona posição
-talvez um castigo por ter passeado nas quadras da América do
Sul na reta final dos treinos.
Quem também acabou em nono
foi a Itália, que defendia o título.
É duro ver que times desse quilate não vão a Indianápolis. E que
Venezuela, Porto Rico etc. vão.
Brasil 1
Os Goodwill Games foram desprezados até pelo país-sede. Mas foi
nesse evento que o time destroçado de Hélio Rubens esteve perto
de uma proeza histórica. Diante dos EUA, caiu apenas na prorrogação, quase impondo a primeira derrota a uma seleção de profissionais da NBA. Os norte-americanos levaram à Austrália um grupo inexperiente, com médias inferiores a 23 anos de idade e dois
anos na liga, mas de boa qualidade.
Brasil 2
Os detratados armadores Demétrius e Helinho dominaram a partida, com 24 pontos cada e muitas infiltrações. Acontece.
Brasil 3
O Brasil foi o bronze nos Goodwill Games, completando cinco pódios em cinco competições no ano. Mas não é caso de celebrar. A
seleção segue longe da elite. O ataque é fraco; a defesa, horrível.
E-mail : melk@uol.com.br
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