|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nova geração vence GP e atinge feitos
Equipe reformulada após Atenas-04 faz campanha invicta e conquista o sexto título da competição, o terceiro seguido
Vitória por 3 a 1 sobre a Rússia mantém sina com Zé Roberto, que não perde torneios há 2 anos, e deixa time favorito ao Mundial
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o fracasso na Olimpíada
de Atenas-2004, o técnico José
Roberto Guimarães decidiu reformular a seleção feminina.
Retirou jogadoras da geração
anterior, mesclou a experiência
e o talento de nomes como Fofão, 36, que só se apresentou
em 2006, e Walewska, 26, com
novatas que ainda despontavam, como Sheilla, 23.
Disse que seria necessária
paciência. O time renovado demoraria a dar resultado, e ele e
as jogadoras deveriam estar
prontos para agüentar pressão.
Para quem assistiu a Brasil x
Rússia, ontem, e a todo o Grand
Prix de vôlei deste ano, a sentença pessimista soa estranha.
Com a lista de feitos desta geração, chega-se à conclusão de
que Zé Roberto foi "atropelado" por sua própria criação.
Ontem, a equipe conseguiu
se recuperar após uma pequena
pane, impôs à Rússia 3 sets a 1
(25/20, 25/20, 23/25 e 25/17) e
conquistou o hexacampeonato.
Já seria um grande feito. Mas
o time ainda fez história ao chegar à decisão invicto e, pela primeira vez, somar três troféus
seguidos, a maior hegemonia já
obtida por um país no torneio.
O Brasil não perde uma competição há 2 anos -10 torneios.
As jogadoras receberam US$
200 mil (R$ 440 mil), 20% do
cheque embolsado pela seleção
seis vezes campeã da Liga Mundial, a versão masculina do GP.
"Nós nos dedicamos muito e
provamos que merecíamos estar na final", disse Jaqueline.
Sheilla, a esguia jogadora que
não esteve nos Jogos de Atenas,
anotou 22 pontos na decisão,
seis deles em saques que infernizaram a recepção russa. Pelas
atuações perfeitas, foi eleita a
melhor jogadora do torneio.
"Se eu ganhei esse prêmio foi
por causa das minhas companheiras. O nosso objetivo maior
neste ano é o Mundial [em outubro], vamos buscar esse título inédito. Tenho certeza de
que nós vamos chegar melhor
ainda no Japão", disse Sheilla.
Muito desse troféu a oposto
deve mesmo a Fofão. A levantadora que amargou durante sete
anos a reserva de Fernanda
Venturini e chegou a anunciar a
aposentadoria da seleção em
2004 foi um dos maiores destaques da campanha invicta.
Com cinco taças, é recordista
de títulos do Grand Prix.
"Fico feliz em fazer parte
dessa história. Tiro forças da
minha paixão por jogar. Quando estou na quadra, me transformo. É tanta motivação que
até pareço mais jovem", disse,
brincando com seus 36 anos.
Capitã de poucas palavras,
ela conseguiu criar uma liderança sólida dentro e fora de
quadra. Com boa variação de
jogadas, fez da versatilidade
uma das mais fortes características do ataque brasileiro.
A meio Fabiana, por exemplo, foi eleita a melhor atacante
do GP, prêmio geralmente dado a pontas ou opostos, principais alvos das levantadoras.
Contra Rússia, a seleção sofreu principalmente nos momentos em que Fofão não recebeu passes precisos.
"O nosso passe oscilou bastante, começamos tensas. Nos
precipitamos um pouco também e falhamos algumas vezes
nos contra-ataques. Precisamos corrigir as falhas a tempo",
afirmou Jaqueline.
Em outubro, a seleção estréia
no Mundial. Desta vez, em busca de um título que o Brasil ainda não conquistou.
Texto Anterior: Raikkonen fala em ser campeão no ano que vem Próximo Texto: Frases Índice
|