São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CIDA SANTOS

A vitória de um time



Maior qualidade da seleção, hexa do Grand Prix, é a união da equipe e a cumplicidade com a comissão técnica

A SELEÇÃO brasileira teve o final merecido no Grand Prix. Uma campanha invicta, com 13 jogos sem derrotas e uma vitória na final sobre as gigantes russas por 3 sets a 1 (25/20, 25/20, 23/25 e 25/ 17). É o sexto título do Brasil nesse torneio e a confirmação da equipe como a grande força hoje do vôlei. Mais do que a qualidade técnica das jogadoras, o maior mérito hoje do time brasileiro é ter um grupo unido, disposto a trabalhar duro e a colocar o vôlei como prioridade na vida. É essa cumplicidade entre as atletas e a comissão técnica que diferencia essa seleção das anteriores.
Desde a derrota do Brasil para a Rússia nas semifinais dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, a história da seleção passou a tomar outro rumo. O técnico José Roberto Guimarães pensou muito e decidiu: iria continuar no comando da seleção, mas para chegar ao ouro na Olimpíada de Pequim.
Para isso, teria que formar um grupo de atletas abnegadas. A tese era simples e lógica: ninguém é campeão sem uma dose grande de sacrifício e trabalho. Algumas jogadoras, figurinhas carimbadas de outras convocações, perderam espaço, como Elisângela e Érika.
Hoje, ele tem uma seleção renovada, comandada pela experiente levantadora Fofão. Nesse time, o mais importante é o sistema de jogo e não suas peças. Tanto que uma das características da equipe é o rodízio entre as jogadoras na quadra.
Muitas vezes, a atleta só sabe se é titular pelo chamado do locutor do ginásio. Foi o que aconteceu com Sassá no jogo contra a Rússia, na estréia da fase final. A estratégia do técnico Zé Roberto é obrigar a equipe a estar sempre ligada. Todas precisam estar preparadas para entrar a qualquer momento.
Para isso, o técnico conta com um grupo homogêneo. A genial Fofão e a boa levantadora Carol. No meio de rede, Walewska, Fabiana e Carol Gattaz também são perfeitas. Na saída, Sheila está dando show e foi escolhida a melhor jogadora do torneio. Renatinha e Joyce disputam a outra vaga. As líberos Arlene e Fabi brigam pela posição para o Mundial. No GP, Arlene, espetacular na defesa, foi a eleita a melhor líbero da fase final. Nas pontas, as opções são boas: Mari, Jaqueline, Sassá e Valeskinha.
Paula Pequeno, que neste ano ficou fora da seleção por causa da gravidez, já está jogando no Osasco e pode entrar na briga por uma vaga na ponta. Mas, do jeito que o grupo está unido, vai ser difícil o técnico cortar agora uma das quatro ponteiras para Paula entrar.
Sobre os adversários, a China foi a maior decepção. Acabou em quinto lugar. A Rússia tem duas grandes jogadoras (Gamova e Sokolova), mas uma levantadora (Akulova) muito fraca. Cuba, quarta colocada, sentiu a falta de Zoila Barros, mas vai crescer até o Mundial. E a Itália, bronze no Grand Prix, tem um bom time, mas sofre com a instabilidade emocional.

MÃO SANTA Quem viu dificilmente vai esquecer. É para guardar na memória e nos arquivos do vôlei a genial seqüência de saques da central Walewska na semifinal contra Cuba. Com ela sacando, o Brasil passou de uma derrota de 4 a 10 para uma vantagem de 14 a 10. Walewska, a mão santa da seleção.

MAIS UM TÍTULO Os meninos da nova geração do vôlei também têm motivos para comemorar. O Brasil bateu a Argentina por 3 a 2 na final do Sul-Americano Juvenil. O título classificou a seleção para o Mundial.

ITALIANO O Piacenza, do líbero Escadinha, fez o jogo de abertura do Italiano. Jogando em casa, o time tropeçou. Perdeu para o Montichiari, do técnico Julio Velasco, por 3 a 1.

cidasan@uol.com.br


Texto Anterior: Juliana e Larissa batem recorde em Fortaleza
Próximo Texto: O que ver na TV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.