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CIDA SANTOS
A vitória de um time
Maior qualidade da seleção, hexa do Grand Prix, é a união
da equipe e a cumplicidade
com a comissão técnica
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A SELEÇÃO brasileira teve o final merecido no Grand Prix.
Uma campanha invicta, com
13 jogos sem derrotas e uma vitória
na final sobre as gigantes russas por
3 sets a 1 (25/20, 25/20, 23/25 e 25/
17). É o sexto título do Brasil nesse
torneio e a confirmação da equipe
como a grande força hoje do vôlei.
Mais do que a qualidade técnica
das jogadoras, o maior mérito hoje
do time brasileiro é ter um grupo
unido, disposto a trabalhar duro e a
colocar o vôlei como prioridade na
vida. É essa cumplicidade entre as
atletas e a comissão técnica que diferencia essa seleção das anteriores.
Desde a derrota do Brasil para a
Rússia nas semifinais dos Jogos
Olímpicos de Atenas, em 2004, a
história da seleção passou a tomar
outro rumo. O técnico José Roberto
Guimarães pensou muito e decidiu:
iria continuar no comando da seleção, mas para chegar ao ouro na
Olimpíada de Pequim.
Para isso, teria que formar um
grupo de atletas abnegadas. A tese
era simples e lógica: ninguém é campeão sem uma dose grande de sacrifício e trabalho. Algumas jogadoras,
figurinhas carimbadas de outras
convocações, perderam espaço, como Elisângela e Érika.
Hoje, ele tem uma seleção renovada, comandada pela experiente levantadora Fofão. Nesse time, o mais
importante é o sistema de jogo e não
suas peças. Tanto que uma das características da equipe é o rodízio
entre as jogadoras na quadra.
Muitas vezes, a atleta só sabe se é
titular pelo chamado do locutor do
ginásio. Foi o que aconteceu com
Sassá no jogo contra a Rússia, na estréia da fase final. A estratégia do
técnico Zé Roberto é obrigar a equipe a estar sempre ligada. Todas precisam estar preparadas para entrar a
qualquer momento.
Para isso, o técnico conta com um
grupo homogêneo. A genial Fofão e
a boa levantadora Carol. No meio de
rede, Walewska, Fabiana e Carol
Gattaz também são perfeitas. Na
saída, Sheila está dando show e foi
escolhida a melhor jogadora do torneio. Renatinha e Joyce disputam a
outra vaga. As líberos Arlene e Fabi
brigam pela posição para o Mundial.
No GP, Arlene, espetacular na defesa, foi a eleita a melhor líbero da fase
final. Nas pontas, as opções são boas:
Mari, Jaqueline, Sassá e Valeskinha.
Paula Pequeno, que neste ano ficou fora da seleção por causa da gravidez, já está jogando no Osasco e
pode entrar na briga por uma vaga
na ponta. Mas, do jeito que o grupo
está unido, vai ser difícil o técnico
cortar agora uma das quatro ponteiras para Paula entrar.
Sobre os adversários, a China foi a
maior decepção. Acabou em quinto
lugar. A Rússia tem duas grandes jogadoras (Gamova e Sokolova), mas
uma levantadora (Akulova) muito
fraca. Cuba, quarta colocada, sentiu
a falta de Zoila Barros, mas vai crescer até o Mundial. E a Itália, bronze
no Grand Prix, tem um bom time,
mas sofre com a instabilidade emocional.
MÃO SANTA
Quem viu dificilmente vai esquecer. É para guardar na memória e
nos arquivos do vôlei a genial seqüência de saques da central Walewska na semifinal contra Cuba.
Com ela sacando, o Brasil passou
de uma derrota de 4 a 10 para uma
vantagem de 14 a 10. Walewska, a
mão santa da seleção.
MAIS UM TÍTULO
Os meninos da nova geração do
vôlei também têm motivos para comemorar. O Brasil bateu a Argentina por 3 a 2 na final do Sul-Americano Juvenil. O título classificou a
seleção para o Mundial.
ITALIANO
O Piacenza, do líbero Escadinha,
fez o jogo de abertura do Italiano.
Jogando em casa, o time tropeçou.
Perdeu para o Montichiari, do técnico Julio Velasco, por 3 a 1.
cidasan@uol.com.br
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